Organizaciones con obra
Descripción del Artista
Não quero questionar a pintura ou o suporte, até porque nem penso quando faço, vou fazendo... desfiando... desconstruindo... reconstruindo... pintando..., falar reduz. É necessário um pensamento racional formado por questões previsíveis, o que é diferente de fazer, um ato guiado por sentimentos, intuição, silêncio e solidão. A pintura deixa de ser só pintura e, através de um fio, passa a ser pintura tridimensional e pintura chicoteada pelo fio, o mesmo fio que sai da tela e se torna tridimensional. Em meu percurso de aproximadamente 25 anos nas artes plásticas, questões sobre vida, morte e sexualidade se apresentam nas minhas pinturas, objetos e instalações. Importante ressaltar que minha descendência é portuguesa, família de fiandeiras , que na época era o sustento de minha mãe, avó e tias, todo o processo era manual desde o plantio do linho, espadelar, sedar... o fiar e finalmente o tear, lençol de linho.
Meu trabalho é, entre outras coisas, a desconstrução do suporte da pintura, o desfiar da tela, transformando-a em fios que assumem de pronto a tridimensionalidade. No trabalho atual, o próprio fio da tela torna-se pincel (instrumento de/da pintura). Por meio dele, mergulhado em têmpera acrílica, são impostos à superfície (a tela/parede), através das chicotadas, sua marca, sua forma, seus nós. A intensidade da batida é o gesto que fica. Difícil controlar o percurso do fio, linhas surgem e se cruzam em uma ação em que o movimento é fundamental. Existem grande tensão e intensidade na execução da obra.
No princípio a tela era vincada manualmente com têmpera acrílica, formando alto-relevo. Na tela que era bidimensional, esse relevo desabrocha, rompe com a superfície, vem para o espaço, tornando-se tridimensional, se concretiza e traz a tela desfiada, antes pintura, depois escultura e agora pincel (chicote).
?Chicotadas? é um trabalho que nasce no silêncio do ateliê, que surge da desconstrução da tela, que foi vincada manualmente com têmpera acrílica, formando o alto-relevo.
Um trabalho antes silencioso, solitário, quase meditativo, hoje explode no espaço e quer percorrer lugares e dividir com o público. É um trabalho dinâmico.
Outubro de 2011.
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España