Descripción del Artista
Kazmer Féjer (Pécs, Hungria 1923 - Sesimbra, Portugal 1989). Pintor e escultor. Em Budapeste, freqüenta a Academia de Belas Artes e forma-se, paralelamente, em química industrial. Em 1945, é um dos fundadores do Artclub de Budapeste, onde conhece Waldemar Cordeiro (1925 - 1973), por quem é convidado a expor em São Paulo. Participa do Salon Realités Nouvelles, Paris, em 1946. Em 1949, vem para o Brasil, fixa residência em São Paulo e expõe na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. No ano seguinte, com outros artistas, funda o Grupo Ruptura, e organiza sua primeira exposição, no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. É um dos signatários do Manifesto Ruptura. Participa da Exposição Nacional de Arte Concreta em 1956 e 1957, em São Paulo e no Rio de Janeiro, fruto do contato entre o Grupo Ruptura e o Grupo Frente. Expõe na Konkrete Kunst de Zurique, em 1960. Em 1963 é um dos fundadores da Associação de Artes Visuais e Novas Tendências. Como químico industrial, em 1970, transfere-se para Paris, e trabalha em uma fábrica de pigmentos. Patenteia um sistema de coloração de plástico. Na década de 1980, vai para Portugal e organiza uma empresa de extração de produtos marítimos. Como pintor, leva sua obra a mais de 11 países da Europa e da América Latina.
Comentário Crítico
Para compreender a arte de Féjer, é imprescindível rememorar o cenário histórico que a contextualiza. Depois da década de 1940, o Brasil passa por um surto de modernização, assumindo uma feição gradualmente mais urbana. Em todas as artes há setores comprometidos em radicalizar, em inventar uma forma que comporte esse mundo dinâmico. Outras respostas haviam sido dadas a essa necessidade, como o movimento construtivista na Rússia, para o qual a pintura e a escultura são pensadas como construções, aproximando-se da arquitetura em materiais, procedimentos e objetivos. Esse princípio de unir formas plásticas, porém utilitárias, influencia as tentativas posteriores de construir uma nova arte e, no Brasil, resulta no concretismo. No movimento concreto, reaparecem firmemente o cálculo, o controle, a clareza e a mecânica. Os concretistas abandonam a representação da natureza e a expressão de sentimentos. É nesse movimento que Féjer desponta como escultor. Mas suas experiências iniciam-se na pintura abstrata, sem nenhuma característica figurativa.
Féjer usa como matéria-prima essencial de suas obras o acrílico e o vidro. Cristal, 1956, é toda de lâminas de vidro. Sua disposição passa a idéia de uma maquete, uma montagem calculada, planejada. Apropriando elementos arquitetônicos, essa obra explicita as diferenças entre o concretismo paulista e o carioca. As obras de Féjer, coincidindo com as premissas do grupo paulista, primam pela precisão, relacionam ciência e tecnologia. Nessa construção de Féjer, não há nenhuma tentativa de retratar algo exterior, não há nenhum sentimento expresso. É uma arte cujas relações se justificam a si mesmas. O volume desaparece dessa obra que, por seu material transparente, potencializa a sensação de não preenchimento, obtém uma síntese ordenada do espaço e da matéria. Cálculo, precisão e ruptura com os preceitos da escultura tradicional definem essa peça e, em grande parte, toda a arte madura de Féjer.
Exposición. 17 dic de 2024 - 16 mar de 2025 / Museo Picasso Málaga / Málaga, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España