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Descripción del Artista
Nascida em 1921, em Sertãozinho, no interior de São Paulo, Jandira muda-se para a Europa, em 1945, como membro da equipe brasileira destinada a colaborar junto a organizações internacionais no auxílio às vítimas da Segunda Guerra Mundial.
Em 1947, começa a estudar pintura no County Council Art School em Sussex Inglaterra, país onde reside até 1950.
De volta a São Paulo, num dos períodos de maior efervescência artística e cultural da cidade, às vésperas da celebração de seu 4º centenário, a artista estuda pintura com Yoshiya Takaoka (1909 - 1978); escultura e cerâmica com André Osze; gravura, com Darel (1924) e Marcelo Grassmann (1925), e pintura mural, com Clóvis Graciano (1907 - 1988), na Faap. Em 1952, começa a estudar história da arte na Universidade de São Paulo – USP.
Jandira realiza sua primeira exposição em 1956, no 21º Salão de Belas Artes de São Paulo, em 1956, ano da Exposição Nacional de Arte Concreta, que marca o início formal do concretismo na arte brasileira, que permearia marginalmente a obra de Jandira.
Inicialmente uma pintura de estilo clássico e figurativo, em 1966, de acordo com o crítico de arte Theon Spanudis, Jandira rompe, de maneira abrupta, com a escola e “desenvolve um abstracionismo formal, totalmente original e inédito, de signos misteriosos e enigmáticos, e formas estranhas em perpétuo movimento. Com o tempo os seus signos foram se enriquecendo e multiplicando, o seu colorido tornou-se mais solar, uma efervescência e inquietude calorosa emanavam das suas obras. Depois os signos começam a desaparecer, as formas estranhas ganham em volume e aparecem movimentos circulares e dançantes, de ímpeto dionisíaco e frenesi extático.” No ano seguinte, a artista participa da 9ª Bienal de Arte de São Paulo.
No auge de “sua fase dionisíaca e orgiástica”, na definição de Spanudis, em 1971, Jandira encerra a fase abstracionista e passa a utilizar-se do rigor geométrico, “seja para dominar o excessivo ímpeto dionisíaco, seja para iniciar uma nova fase, mais estruturada e apolínea”, que marca sua obra até os dias de hoje.
Nas palavras de Olívio Tavares de Araújo, Waters seria considerada pelos concretistas, como uma herege, tanto pelo uso da cor quanto pelo lirismo que permeia sua obra, construída, entretanto, com rigorosa geometria.
A artista, na década de 1970, inicia sua carreira literária, como poeta. Suas três coletâneas de poemas – Pedras Nuas (Editora José Olympio,1974), Desvendador (Editora DAG, 1977) e Ritmo do Tempo (Editora Scortecci, 2001) –, foram recebidas com entusiasmo pela crítica. Seus poemas, como sua pintura, são sintéticos e despojados, mas construídos em múltiplas camadas, como os hai-kai japoneses.
Mercado, 05 jun de 2018
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