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Descripción del Artista
Fábio Marques Miguez iniciou o curso de arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP em 1980. Nos dois anos seguintes, estudou gravura em metal com o artista Sérgio Fingermann. Entre 1983 e 1985, integrou o ateliê Casa 7, juntamente com Carlito Carvalhosa, Nuno Ramos, Paulo Monteiro e Rodrigo Andrade. No início, sua obra foi realizada em grandes formatos que apresentavam pinceladas amplas, cores fortes e fatura expressiva. A partir da metade dos anos 90, Fabio passou a realizar telas abstratas carregadas de matéria pictórica, que tendem ao monocromatismo do cinza, marrom ou branco. Paralelamente, o artista se dedica à fotografia.
Na opinião do historiador da arte Rodrigo Naves, a produção de Miguez revela afinidade com a do artista holandês Bram van Velde, "com suas áreas de cor matissianamente alegres e estrutura disforme e ameaçadora", além do diálogo com obras de Jorge Guinle.
A partir de 2001, Fabio passou a apresentar formas geométricas juntamente com as pinturas. Essas formas parecem flutuar em um plano acima daquele das manchas cromáticas, dando a sensação de espacialidade, e explorando o espaço pictórico. Em algumas obras, empregou elementos de madeira colados aos quadros, que reforçaram a ideia da solidez dos elementos geométricos, em oposição a áreas onde as tintas são mais fluidas e a fatura mais rala e transparente.
Nos últimos anos, Miguez vem desenvolvendo trabalhos de formulação tridimensional, como a instalação Onde, de 2006, o objeto Ping pong, de 2008, e a série Valises produzida desde 2007, que expandem seu campo de pesquisa - a pintura. Sua formação em arquitetura traz uma influência construtiva, que alia-se a investigações sobre a escala, a matéria e a figuração. Miguez lida com formas modulares, submetendo-as a um raciocínio combinatório, repetindo-as, e variando sua posição ao passo em que lhes opera inversões e espelhamentos. Nos seus trabalhos, a lógica espacial, que antes disso resolvia-se no plano e na profundidade da pintura, se expande na mente daquele que contempla essas pinturas, no irresistível pensamento sobre os desdobramentos possíveis.
Em seu trabalho, nada está ali por acaso. O desenho, a forma, a cor, o texto, o título, tudo é preciso e em tudo estão contidas faíscas de leitura e reflexão para o espectador.
Fabio Miguez participou da Bienal Internacional de São Paulo em 1985 e 1989; a 2ª Bienal de Havana em 1986; a 3ª Bienal Internacional de Pintura de Cuenca, no Equador em 1991; e a 5ª Bienal do Mercosul em Porto Alegre, em 2005. Além de mostras retrospectivas como Bienal Brasil Século XX em 1994 e 30x Bienal em 2013, ambas promovidas pela Fundação Bienal de São Paulo. Fabio teve exposições individuais como: Paisagem zero, no Centro Universitário Maria Antonia, em 2012; Temas e variações, no Instituto Tomie Ohtake, em 2008 e na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2003, acompanhada da publicação de um livro sobre sua obra; entre outras. Sua última individual, Atalhos, foi em 2016, na Galeria Nara Roesler no Rio de Janeiro.
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