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Descripción del Artista
As obras de Daniel Nave (1955) exploram uma experiência sentimental profundamente enraizada na intimidade intrínseca das estruturas que edificam o mundo que nos rodeia, ou seja, reflectem, simultaneamente, a interioridade e a exterioridade dos seres e dos objectos vividos. Se por um lado este duplo sentido das pinturas do artista apresenta hipóteses de paisagens etéreas que revelam a interioridade dos corpos que aleatoriamente podem sobrevoar os espaços ocupados, por outro lado as estruturas edificadas constroem um lugar opressor que constrange os próprios corpos. Este efeito de constrangimento externo tende a promover um olhar de retorno para o interior mais íntimo dos próprios corpos. Deste modo, o retomar ao corpo tem implicações na percepção das próprias obras e no modo como são construídas, não só como elementos formais, mas, sobretudo, como idealização de um exterior desejado. Assim, para compreender como este efeito de percepção se produz, será necessário descrever o que se entende por interioridade, por exterioridade e a qual relação que se estabelece entre estas duas entidades.
Todas as pinturas de Daniel Nave são compostas por estruturas aparentemente arquitetónicas que constroem tramas e ruínas. Ao constituírem formas edificantes mas simultaneamente em ruínas, estas estruturas precárias e românticas permitem que a passagem entre o exterior e o interior se torne um misto de sentimentos e de sensações. Ao mesmo tempo que são passagens penetrantes e permeáveis, tornam-se, também, impenetráveis e impérvias. Este duplo movimento, entre o inacessível e o acessível, parece promover um ritmo entre a passagem de um mundo exterior e um mundo interior, que se assemelha com a respiração. O ritmo da respiração é determinado pela ansiedade vivida nos diversos momentos da vida, ou seja, é influenciada pelo preciso momento presente em que acontece. Esta velocidade espelha os nossos estados de sensação, emoção ou apatia, que acelera ou desacelera os movimentos de inspiração e de expiração. Neste sentido, a relação entre a interioridade e a exterioridade dos corpos nas obras de Daniel Nave pode ser vista sob o signo íntimo da construção, em que aquilo que se vê pode bem ser aquilo que se sente.
Hugo Dinis
Março 2018
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