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Well, It’s Just an Ocean Between

Exposición / (Localización temporal) / Rua Alexandre Sá Pinto 3 A / Belém, Lisboa, Portugal
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Cuándo:
19 may de 2017 - 24 may de 2017

Inauguración:
18 may de 2017 / 16:00

Organizada por:
TAL | Tech Art Lab

Artistas participantes:
Carlos Vergara, João Paulo Serafim, José Bechara, Paulo Arraiano, Pedro Batista, Raul Mourão, Rodrigo Saad - Cabelo, Sandra Baía

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Arte contemporáneo  Arte contemporáneo en Lisboa 

       


Descripción de la Exposición

A TAL, plataforma, produtora cultural e galeria de arte contemporânea fundada em 2010, no Rio de Janeiro, decidiu expandir o seu território de actuação e chegou a Portugal, em 2017. Para a exposição intitulada Well, It’s Just an Ocean Between decidiu endereçar um convite à Jacaranda - plataforma de arte crossmedia criada para a divulgação da Arte Contemporânea Brasileira no circuito internacional de arte -, propondo um diálogo entre quatro artistas contemporâneos brasileiros consagrados (Carlos Vergara, José Bechara, Raul Mourão e Cabelo) e quatro artistas contemporâneos portugueses da nova geração (João Paulo Serafim, Paulo Arraiano, Sandra Baía e Pedro Batista). Well, It’s Just an Ocean Between é uma exposição que congrega vontades e práticas artísticas de dois países tão próximos mesmo distando entre si 4040 milhas náuticas. A filosofia de Platão foi expressa e transmitida por via do diálogo tendo na sua origem a dialética, ou seja, o “caminho entre as ideias” que é desenhado metodologicamente através de contraposições e contradições de ideias, que nos levam a novas ideias. O diálogo, com os Diálogos de Platão, surge assim como uma forma de criação. Entre Brasil e Portugal, o diálogo percorreu, ao longo dos séculos, caminhos sinuosos. Entre culpas e redenções, a razão histórica irá sempre remeter-nos para os silêncios não dialogados que os comportamentos coloniais imprimiram tanto num passado longínquo, como num presente massacrado pela cicatriz mnemónica. É difícil encontrar outra forma de fazer comunicar as obras destes oitos artistas expostos se não pela via dialógica, encontrando pontos em comum, pontos discordantes, espelhismos, simbioses, analogias, dicotomias. “Dois monólogos nunca fizeram um diálogo.” (Edward A. Murphy) Carlos Vergara | João Paulo Serafim O trabalho de Carlos Vergara (Rio Grande do Sul, 1941) encarna muito bem uma perspicaz frase de Goethe: “A natureza e a arte parecem afastar-se, mas antes que o pensemos já elas se encontraram.” As peças de Vergara, assim como a Natureza, assumem a sua imprevisibilidade. Nos seus registos pictóricos a Natureza entranha a cor, desenha a forma, esculpe a bidimensionalidade. Quando as suas obras são transportadas para o ambiente museológico as oxidações naturais, o ADN botânico e as pegadas de animais que tantas vezes habitam o seu corpo de trabalho inquietam-se. Parecem não encontrar catalogação nos acervos, reservas e arquivos de instituições museológicas tantas vezes escrutinadas no trabalho de João Paulo Serafim (Paris, 1974). Lá, encontramos congelados, em imagens esteticamente serenas, os rebuliços históricos e sociológicos aprisionados em ambientes silenciosos, abraçados por humidade e temperatura relativas. A natureza é quase sempre superior a ela mesma. José Bechara | Sandra Baía O percurso de José Bechara (Rio de Janeiro, 1957) tensiona entre os planos bidimensional e tridimensional, transmutando-se de um para o outro de uma forma exímia. Complementam-se, integram-se. E tanto na pintura como na escultura o preenchimento dos espaços ou o esvaziamento dos mesmos são feitos de forma geometricamente existencial. Há em Bechara um equilíbrio acidental que é sustentado pelas peças de Sandra Baía (Lisboa, 1968): interiores que se mostram, exteriores que se querem esconder, formalismos irregulares. As volumetrias de Sandra Baía escondem a fragilidade de quem se espelha e se encontra frente-a-frente com a vulnerabilidade humana. E quando se dá esse encontro a própria matéria se verga sobre si. As esculturas curvam-se, enrugam-se e, algumas vezes, envergonham-se. Raul Mourão | Paulo Arraiano Raul Mourão (Rio de Janeiro, 1967) e Paulo Arraiano (Cascais, 1977) de formas diferentes, mas complementares, encontram no espaço uma ausência de centro. Raul Mourão através do aço, ferro e tubos de plástico desafia a força do movimento dando forma, só aparentemente fragilizada, a planos vazios que balançam entre si. São esculturas onde a velocidade deixa de ser veloz e, onde o equilíbrio aparente, constantemente, nos interroga. Os trabalhos de Raul Mourão nunca terminam nas suas fronteiras físicas, aquelas que Paulo Arraiano contorna de forma tão subtil no seu trabalho, não só pictórico. Os territórios físico e imaterial colidem de forma orbital com o emocional. Sedimentos pós-humanos que interrogam a raíz, a natureza, a essência gravitacional de um corpo. Comunicações digitais cruzadas entre a Terra e o Céu numa paisagem abstracta, acta do Ser. Cabelo | Pedro Batista A estética urbana une, nesta exposição, os percursos artísticos de Cabelo (Cachoeiro do Itapemirim, 1967) e Pedro Batista (1980). Traços firmes mas ondulantes, aparados por um improviso primitivo. Não deixam de ser imagens cruas com uma paleta de cor que nos seduz. Cabelo deixa-se embalar pelo funk, Pedro Batista pelo hard-core punk. Há uma dimensão territorial que geografa o trabalho de ambos e é a rua que dita as coordenadas. É o espaço dos sonhos, da liberdade, da sequência infindável de caminhos, cruzamentos e becos. De erros e acertos, de idas e não regressos. Cláudia Camacho


Entrada actualizada el el 13 jun de 2017

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