Descripción de la Exposición
Fazer uma exposição a partir do universo de exposições e acervo da galeria Pedro Oliveira, implica privilegiar o modo independente e disruptivo que pautou a sua acção como agente cultural na cidade do Porto desde 1990.
Ao longo destas três décadas de atividade — onde se contam mais de duzentas e cinquenta exposições e dezenas de feiras e festivais de arte internacionais — desempenha um papel essencial na valorização e circulação da obra de sucessivas gerações de artistas. A organização do projeto ibérico Peninsulares (1995) comissariado por João Fernandes — que reuniu 46 artistas distribuídos por 8 galerias em Portugal e Espanha — ou a dinamização da sala Post-Ite no edifício Artes em Partes (1998-2009) são exemplo do modo como Pedro Oliveira soube misturar a sua pulsão de colecionador e o conhecimento sobre arte contemporânea com a militância em torná-la presente e pública.
Esta exposição é, por isso, uma ode à sua persistência e irreverência, que reclama o universo sónico de muitas das suas escolhas para ligar arte, música e eternal youth, mostrando que o que se vê é também o que se ouve.
Em We want electricity* movemo-nos do lugar de resistência contra a interdição na série inédita Vinte e Cinco Palavras ou Menos (2021) de Luís Palma, inspirada na proposta de Iggy Pop aquando da formação dos The Stooges, para a ode melancólica que Patrícia Almeida fotografou em All Beauty Must Die (2009-2011).
Entre salas, redescobrimos as Lost Highways (2012) de Lee Ranaldo, esboços on the road da tour de Between the Times and the Tides, que se cruzam com as paletas sónicas de Amps (2013) de João Paulo Feliciano e Pray for rock n’ roll, Baby (2020-2021) de Pedro Magalhães, aqui dividido entre o desenho performativo e uma colagem sonora da expressão rock n’ roll sugerida por Thurston Moore em 1991 The Year Punk Broke. Nesta vontade em revolver o mutismo que passou a envolver as nossas vidas nos últimos tempos, reencontramos The Sonic Booms (2008) de Carlos Lobo e nas suas fotografias os gestos sincronizados de êxtase e liberdade sonora, implícitos a qualquer celebração, originários de qualquer revolução.
Estamos agora mais obrigados a imaginar e entre estas imagens vem-me inevitavelmente à memória a frase que se lê no início do Party de Cristina de Middell:
If there must be a revolution
there must be a party
Both. We want electricity again.
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*O título da exposição faz referência ao colectivo formado pelos Tina & the Top Ten e Rafael Toral, para abrir o primeiro concerto em Portugal dos Sonic Youth, realizado no Campo Pequeno a 14 de julho de 1993.
Exposición. 15 abr de 2021 - 05 jun de 2021 / Galeria Pedro Oliveira / Oporto, Porto, Portugal
Exposición. 15 abr de 2021 - 05 jun de 2021 / Galeria Pedro Oliveira / Oporto, Porto, Portugal
Exposición. 13 dic de 2024 - 04 may de 2025 / CAAC - Centro Andaluz de Arte Contemporáneo / Sevilla, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España