Descripción de la Exposición
Em 18 de maio, sábado, as artistas Marina Woisky (1996, São Paulo, SP) e Julia Gallo (1997, Rio de Janeiro, RJ) inauguram a exposição VRUMMM na Millan. Com texto crítico da curadora Pollyana Quintella, a mostra ressalta o interesse partilhado pela dupla na criação de imagens ambíguas e difíceis de serem decifradas, que aludem a corpos humanos e animais.
VRUMMM apresenta, lado a lado, um conjunto de obras inéditas de Woisky e de Gallo. Ainda que as artistas partam de procedimentos e técnicas distintas para a criação de suas obras, a aproximação acontece por meio da aparência inquietante que permeia o trabalho de ambas.
“Apesar de suas especificidades, Marina e Julia são produtoras de uma visualidade estranha e ameaçadora dos limites entre sujeito e objeto, animado e inanimado, interessadas em desclassificar as formas, confundir-nos, trapacear as categorizações”, explica Quintella.
Nesta, que é a segunda exposição de Woisky na galeria, a artista retoma temas anteriores de sua pesquisa, além de se voltar à criação de peças tridimensionais e autoportantes. Ela parte de um acervo próprio ou apropriado de imagens de ornamentos com formas de animais, troféus de caça e modelos de taxidermia, devolvendo-os corporalidade ao imprimir tais imagens em tecidos, que são costurados e preenchidos com cimento. Nesse processo, algumas obras recebem, ainda, a sobreposição de resinas, pelúcia ou cabelo — o que lhes dá um aspecto macio que contrasta com a sua materialidade. Nas obras apresentadas na exposição, destaca-se também o movimento destes animais, com os dentes expostos ou mordendo outros bichos, como em Caçada ou Leões Lutando, ambas de 2024.
Movimento e voracidade também estão presentes na obra de Julia Gallo, que lança mão de desenho, pintura e recorte em grandes pedaços de papel para criar seus trabalhos. Neles, fragmentos anatômicos surgem por entre as cores rebaixadas que tingem o suporte em vários tons. Obras como O dia da labareda ou La partida, 2024, têm ainda recortes na superfície que se espalham como mechas de cabelo ou meandros de rios. Assim, a artista cria imagens que não se revelam de prontidão e parecem pertencer a outros períodos históricos, apresentar mitologias desconhecidas e uma anatomia psicológica.
Como coloca Pollyana Quintella, “em ambas as produções, há situações constantes de caça e predação que se expressam através de bocas agônicas, corpos-volutas retorcidos e sinuosos, alérgicos a qualquer linearidade. Como um bater de asas capturado num âmbar, elas condensam rastros de movimentos que parecem apenas temporariamente congelados, são a captura do momento que imediatamente precede ou sucede um gesto, como se guardassem consigo certo potencial disruptivo, na iminência de um novo despertar. Juntas, lembram-nos de que toda forma guarda uma vida, e que as imagens, longe de serem passivas, estão sempre à beira de uma convulsão.”
O movimento convulsivo das imagens apresentadas tanto por Gallo, quanto por Woisky é o que inspira o título da exposição, que remete a ideia de um movimento rápido e contínuo, cujo fim não é determinado e cujo significado não é compreendido de imediato.
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España