Descripción de la Exposición
A artista visual Adriana Vignoli realiza mostra individual no Elefante Centro Cultural, em Brasília-DF, com obras que propõem uma poética com a matéria e seus encontros no espaço. Suas instalações ativam mutações e uma singular arqueologia da história sensível de materialidades encontradas e transformadas pela artista.
No próximo dia 8 de outubro, às 19h a artista visual Adriana Vignoli abre sua primeira mostra individual no Elefante Centro Cultural, Brasília-DF. Vãos, ensaios para uma utopia mutável traz ao público uma reflexão sobre o tempo e o espaço que habitamos por meio dos materiais presentes no dia a dia. Com esculturas-objetos de caráter híbrido e obras bidimensionais realizadas em cobre, terra vermelha, vidro e pedras, a artista estabelece uma relação de transmutação articulando diferentes temporalidades das materialidades coletadas e experimentadas.
Apresentada pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), Secretaria de Cultura e Governo de Brasília, a mostra tem curadoria de Manuel Neves e ensaios de Graça Ramos e Bia Dias. Vãos, ensaios para uma utopia mutável fica em cartaz até o dia 5 de novembro de outubro, com visitação de segunda a sábado, das 14h às 18h30. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos. O Elefante Centro Cultural fica na W3 Norte, quadra 706, entre os blocos B/C, Loja 45, telefone: (61) 3541-3146.
Para o curador da mostra, Manuel Neves, os trabalhos de Adriana Vignoli “não aceitam entrar em nenhuma categoria tradicional da arte e são tanto índices da realidade geográfica onde habita a artista como metáforas de transformação, memória e futuro”. Sua obra orbita a partir de um confronto direto de materialidades coletadas, como as calçadas e a terra vermelha junto a outras formas construídas, como o concreto, o cobre e o vidro. É a partir desses encontros da matéria no espaço que sua obra artística flerta com conceitos de utopia, no sentido da proposição de “não-espaços”, que sugerem arranjos sensíveis de diversas temporalidades. Suas instalações buscam uma linguagem que interage com o espaço presente, numa tentativa de sua transmutação, onde vislumbram-se pequenos gestos de utopia.
Em Vãos, ensaios para uma utopia mutável, Adriana Vignoli apresenta três esculturas-objetos de caráter híbrido. Em “Se Essa Rua Fosse Minha”, uma coleção de diferentes tipos de fragmentos de calçadas que a artista coleta por onde passa, são transmutadas e recebem polimento igual aos das pedras preciosas. Essas pedras, que antes eram restos de calçadas, vindas de pedras portuguesas a blocos de concreto, transformam-se numa outra materialidade e forma. Atualmente, fazem parte desta coleção de “joias” pedras coletadas em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Foz do Iguaçu, Puerto Iguazu (Argentina) e Ciudad del Leste (Paraguai). “Ao instalá-las em uma vitrine, como joias, recodifica sentidos e usos, propõe leituras sobre coisas que nos cercam e passam despercebidas do olhar”, afirma a historiadora da arte, Graça Ramos, que escreve um dos textos da exposição. “Na escavação e reconexão desses objetos, uma poética sobre o tempo se delineia, propondo um andar que seja fluidamente atento”, completa.
Outra obra é “Bestiário”, uma instalação composta por duas esferas de vidro laboratoriais, tubo de cobre, tubo látex; ácido corrosivo, pedras esféricas esculpidas; e terra vermelha, a artista faz uma alusão às relações animais como a comunicação, a sexualidade, a ruptura, a proteção, e a digestão. Ela lida com a problemática de conceitos fronteiriços e limítrofes do objeto-artístico e também temas sobre fronteiras políticas, territoriais, urbanas, naturais. Em especial lida com energias alquímicas entre matéria, construção e relações fenomenológicas entre o objeto e o sujeito. Já em “Sutil Concreto” objeto escultórico feito de placa de concreto, placa de cobre, vidraria laboratorial, água e terra vermelha sobre cones de papelão, a artista experimenta o sensorial através do laboratorial.
Nos desenho-objetos, a série “A fantasia do simples ou tudo aquilo que ultrapassa os limites da situação existente” apresenta uma série de colagens com desenhos de observação, terra vermelha sobre cones de papel, vidros laboratoriais fixados com fita isolante e resistores eletrônicos, todos colados e soldados em placas de cobre para circuitos eletrônicos. E por último, os desenhos da série “O Dente do Tempo”. O grafite sobre placas de concreto, caixas abertas de vidro, esferas de pedra, tubo látex amarelo e parafusos, afirma a artista, são uma evolução da série “Fantasia do Simples”. Aqui, as diferentes materialidades encontram-se ainda mais coesas e “interdependentes” no objeto.
Mesmo com a tentativa de transformação das matérias, passado e presente se unem pelos materiais e pelas montagens. As pedras coletadas de restos de calçadas e polidas para não parecerem mais calçadas e sim joias formam uma proposição. Os objetos devem se relacionar com o público sem ter conceitos que precisem ser explicados ou de divagações poéticas para que as pessoas possam se relacionar com eles. É a experimentação da matéria.
Para a crítica de arte, Bia Dias, que assina um dos ensaios da mostra, o trabalho de Adriana Vignoli propõe uma arqueologia da história da arte. “Ela formula uma multiplicidade de problemas e debates concernentes às relações entre a arte e o tempo”. As imagens resultantes são dispositivos acerca da temporalidade que promovem uma releitura da tradição a partir de um processo arqueológico singular. Há também a dimensão de um tempo imemorial ou irrecuperável que nos constitui como sujeitos e que Adriana desvela em seu trabalho ao escavar o solo, ao reintegrar uma matéria triturada, ao se mover entre os escombros num gesto arqueológico que que invoca aquilo que está perdido desde sua origem. Já os materiais são a chama pulsante por onde a artista se desloca. De materiais e matérias díspares surge a potência de seu trabalho: terra vermelha, vidros laboratoriais, parafuso, areia, vidro, areia branca, lençóis usados, casca de ovo- restos e dejetos que pelas mãos da artista ganham novo contorno e novas camadas de sentido.
Catálogo e conversa
No dia 29 de outubro, sábado, às 16h30, no Elefante Centro Cultural, acontece o lançamento do catálogo da mostra Vãos, ensaios para uma utopia mutável. A publicação traz imagens das obras e textos do curador da exposição, Manuel Neves, de Bia Dias e Graça Ramos. Nesse dia, haverá uma conversa aberta ao público com a presença dos autores dos textos e da artista. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.
Sobre Adriana Vignoli
Mestre em Artes Visuais pela Universidade de Brasília, entre 2013 e 2014, trabalhou em ateliê e expos em Wiesbaden e Berlim, Alemanha. Em 2016 foi contemplada com o prêmio do Salão Mestre D’armas, no Museu Histórico de Planaltina, Brasília, DF; e em 2015 com o Prêmio FUNARTE de Arte Contemporânea. Em 2016 foi uma das artistas selecionada para concorrer ao Prêmio PIPA e ao Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea.
Serviço
Vãos, ensaios para uma utopia mutável
De Adriana Vignoli
Curadoria de Manuel Neves
Textos de Bia Dias e Graça Ramos
Abertura: 8 de outubro, sábado, às 19h
Visitação: Até 5 de novembro
De terça a sábado, das 14h às 18h30
Entrada gratuita e livre para todos os públicos
Lançamento do Catálogo e conversa com Adriana Vignoli, Manuel Neves, Bia Dias e Graça Ramos
29 de outubro, sábado, às 16h30
Entrada gratuita e livre para todos os públicos
Onde: Elefante Centro Cultural
W3 Norte, quadra 706, entre os blocos B/C, Loja 45
Brasília – DF
Telefone: (61) 3541-3146
Informações para a imprensa:
Assessoria de imprensa: Agenda KB Comunicação
Contato: Luiz Alberto Osório
E-mail: luiz.alberto@agendakb.com.br
Telefones: (61) 3344-0143 / (61) 98116-4833
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