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Exposición / Simões de Assis - Balneário de Camboriú / 3ª avenida, esquina c/ 3.150, sala 04 / Balneário de Camboriú, Santa Catarina, Brasil
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Cuándo:
16 mar de 2023 - 06 may de 2023

Inauguración:
16 mar de 2023

Precio:
Entrada gratuita

Organizada por:
Simões de Assis

Artistas participantes:
Sérgio Lucena

ENLACES OFICIALES
Web 
Etiquetas
Óleo sobre tela  Óleo sobre tela en Santa Catarina  Pintura  Pintura en Santa Catarina 

       


Descripción de la Exposición

"O real não está no início nem no fim, ele se mostra pra gente é no meio da travessia..." Guimarães Rosa É na mais recente exposição de Sergio Lucena que nos enveredamos pelo caminho do deslumbramento, um percurso de imersão na cor e no encanto. A cor é um campo de conhecimento inesgotável, que perpassa o tempo. Seu estudo fascina e provoca pesquisadores há centenas de anos, sendo parte da construção simbólica perceptiva de cada sujeito, parte de um constructo cultural e social. Em publicação de 1810, o escritor alemão Goethe concebeu a cor como uma existência para além da física, entre a ciência e a linguagem poética. Se Newton preocupou-se em estabelecer critérios dentro da física, Goethe expandiu o campo de investigação e buscou entender o fenômeno que abarca a percepção. A doutrina Goetheana é uma ideia, uma sensação, da natureza como vida e como existência. A cor não tem existência material - é, portanto, uma sensação que surge devido à existência da luz. Se, de um lado, Newton realizou a matematização da natureza no campo da ciência e, de outro, Goethe desenvolveu um estudo filosófico e sensorial, Sergio Lucena, artista, opera a materialização pictórica da cor. O artista paraibano desenvolveu ao longo de décadas a captação da sensação da cor em suas paisagens, envolvendo aqueles que observam seu trabalho de maneira atenta. É no contato da tinta a óleo com o linho, tela ou alumínio que se cria a contemplação como dimensão afetiva da cor. Sua produção é formada pelo ato pictórico aliado ao simbólico, quase como um gesto religioso proposto pelo artista. Em um mundo hoje desencantado, principalmente pelo isolamento digital tecnológico, parece não existir mais o mistério ou o desconhecido, tudo é imediatamente disponível, acessível e conectado. Pode parecer que estamos afundados em uma era da indiferença. Ailton Krenak, liderança ambientalista indígena, propõe estratégias para adiar esse fim trágico que se apresenta ao nosso mundo, lembrando-nos da necessidade absoluta de vínculos profundos com a memória ancestral - o meio para evitar a loucura em um ambiente que cada vez mais nos separa e cria ausências partilhadas. Se estamos embrenhados nesse contexto pouco esperançoso, é a arte que parece ser o alento que nos resgata da apatia e da falta. Com a pintura, Sergio Lucena suspende o espectador e o mergulha em um mar de cores, fazendo com que o tempo se torne outro. Se pensarmos na origem etimológica da palavra encantar, do latim incantare, seria algo inebriante que causa o completo enfeitiçamento dos sujeitos. Suas paisagens nos enfeitiçam, constituem simultaneamente uma memória da tenra infância do artista com o estabelecimento de um mundo imaginado. Em “A little larger than the entire Universe” (2023) vemos formações montanhosas que firmam o horizonte enquanto o roxo penetrante, em suas muitas variações tonais, abre-se para a infinitude do céu, dançando o olhar do espectador, convidando para uma sublimação pelos matizes. Seus trabalhos são uma maneira de nos fundir ao organismo que é a terra, e a pintura é seu aterramento, alcançando uma simbiose entre a paisagem inventada e uma relembrança de um nordeste celestial, ancião, com cores que apenas ele é capaz de criar. Com uma técnica de sedimentação de tinta singular, o artista desenvolve pelas camadas uma vibração crescente dos tons, quase como se estivessem em movimento, como se percebe na série “Threshold”. É na submersão em cores magnéticas e arrebatadoras que atingimos a contemplação, um hiato em tempos de tamanha sobrecarga de informação e comunicação. Assim, assimilamos o silêncio. Se, para alguns, sonhar é abdicar da realidade, para outros, não há sentido na vida se não for pelos sonhos, qual seria a busca do encantamento. Lucena nos propõe um caminho do incantare, da imersão em seu universo brilhantemente construído, agindo no re-encantamento como condição sine qua non para ressignificar o mundo, em que a experiência da pintura é a travessia. Procede com destreza em meio a esses tempos de descolamento, proporcionando a contemplação, o silêncio, e realiza, mais uma vez, a materialização do sublime diante de nossos olhos. Mariane Beline


Videos de la Exposición (1)

Entrada actualizada el el 19 abr de 2023

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