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Ver não é tão importante como sentir

Exposición / Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva / Praça das Amoreiras, 56 - 58 / Lisboa, Portugal
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Cuándo:
09 feb de 2018 - 21 abr de 2018

Inauguración:
09 feb de 2018 / 18:30

Organizada por:
Fundação Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva

Artistas participantes:
Maria Lassnig

ENLACES OFICIALES
Web 

       


Descripción de la Exposición

A Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, em colaboração com a Fundação Maria Lassnig, de Viena, apresenta cerca de cinquenta dos mais evocativos desenhos e aguarelas de Maria Lassnig. Esta mostra lança uma luz renovada sobre a artista austríaca e o seu conceito de “consciência do corpo” e oferece novas perspectivas sobre a sua variada obra. A presente selecção de peças teve por base a exposição organizada pelo Museu Albertina, de Viena, em colaboração com o Museu de Belas Artes de Basileia. Maria Lassnig (1919–2014, Áustria) conta-se entre os mais proeminentes e importantes artistas do passado recente. As imagens que criou baseiam-se na sua própria percepção, sentimentos profundos e sensações físicas. Ao longo da sua notável carreira, criou uma obra substancial nos campos da pintura e artes gráficas, em paralelo com incursões no cinema (de animação) e na escultura. Fundamental no trabalho de Maria Lassnig é o conceito de “consciência do corpo”: ao descobrir, de forma introspectiva, a verdadeira natureza da sua condição, passa a exprimir as sensações físicas através dos meios artísticos. Numerosos auto-retratos ilustram o tipo de auto-análise praticado por esta artista de grande sensibilidade. Lassnig deixou a sua marca em várias inovações artísticas, sendo considerada uma das fundadoras da Arte Informal na Áustria e uma pioneira da emancipação feminina num mundo artístico dominado por homens. A sua obra visionária exerceu grande influência nas gerações artísticas seguintes. Olhar para Dentro Muito antes de a consciência do corpo e as relações entre mulheres e homens se terem tornado temas centrais da vanguarda artística internacional, Maria Lassnig decidiu fazer do seu corpo o foco da sua arte. O objectivo principal da sua “consciência do corpo” era dar forma visual às sensações corporais e explorar a percepção corporal. De forma humorística e séria ao mesmo tempo, plena de anseio mas impiedosa, a artista passou para o papel a percepção que tinha de si própria. Lassnig visualizava assim o que sentia. “Pintamos como somos”, afirmou a artista, confirmando a forma contraditória como conduzia um diálogo incondicional com as realidades externa e interna. Os retratos que Lassnig insistentemente criava nos seus tempos de estudante, já revelavam o seu notável talento: um olhar questionador – agudamente perceptivo, impiedosamente crítico – dominava claramente estes auto-retratos e iria acompanhá-la durante décadas de trabalho. O auto-retrato, um género com longa tradição na história da arte a que Lassnig iria dar dimensões inteiramente novas, continuaria a ser o principal tema da artista. Logo nos finais da década de 1940, Lassnig começou a criar as suas primeiras peças de “consciência do corpo”, a que a princípio chamou “experiências introspectivas”. Ao colocar o corpo feminino no centro do trabalho criativo, antecipou outros percursos semelhantes, tanto na Europa como na América. A sua linguagem simbólica e contorno de linhas não só definiram as formas dos objectos, mas rapidamente começam a comunicar tensão de uma forma extremamente poderosa e concentrada. Artista-como-Sismógrafo Maria Lassnig reagiu ao confronto radical com os movimentos internacionais contemporâneos – que se seguiu ao isolamento artístico da Áustria durante a Segunda Grande Guerra, período durante o qual Lassnig era ainda estudante – explorando, de forma entusiástica, conceitos que eram novos para ela: o uso intenso da cor, o Cubismo, o Surrealismo e – a partir de 1951 – a Arte Informal, todos deixaram marcas óbvias nas obras de Lassnig. Depois de ter ido viver para Paris, em 1960, Maria Lassnig libertou-se de restrições estilísticas e começou a pintar obras figurativas, em grande formato, onde a “consciência do corpo” era já um indício da abordagem que adoptaria em obras tardias. No final da década de 1960, Lassnig mudou-se para Nova Iorque. O palpitante meio artístico da cidade, as posturas feministas e os grupos artísticos presentes, estimulam-na a seguir novos caminhos: fez filmes de animação onde usou desenhos de “consciência do corpo” para processar acontecimentos, anseios e experiências da sua vida privada. Em 1980, depois de uma estadia em Berlim, a artista—na altura com 60 anos—aceitou um convite da Universidade de Artes Aplicadas de Viena para ensinar Teoria do Design – Design Experimental na área da pintura. No regresso a Viena, para assumir o cargo, a sua pesquisa sobre a sensação corporal alargou-se às redes neurais. Os seus trabalhos descrevem com clareza a tensão interna que lhe permitia reagir como um sismógrafo. Uma Maneira de Trabalhar Intransigente “O desenho está mais próximo da ideia”, dizia Lassnig. E foi essa convicção que a levou, nos últimos anos de vida, a criar principalmente esboços a lápis. Estas obras representam algo como uma essência destilada da sua produção criativa, ao mesmo tempo que oferecem um testemunho tocante de como a artista se foi adaptando ao seu corpo enfraquecido – o que é em parte observável nas linhas, mais filigranadas e trémulas – de modo a poder, com inflexível implacabilidade, exprimir as suas sensações pela ponta do lápis. Na sua arte, Maria Lassnig manteve-se, até ao fim, livre, inovadora, visionária e intransigente. Hoje, a sua obra independente, que contém toda a sua determinação, pugnacidade e vulnerabilidade, bem como a brutalidade impiedosa que aplicava a si própria, começa por fim a ganhar maior reconhecimento no contexto internacional.


Imágenes de la Exposición
Maria Lassnig. Ver não é tão importante como sentir – Cortesía de la Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva

Entrada actualizada el el 08 feb de 2018

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