Descripción de la Exposición
Alberto D’Assumpção importa dizê-lo, é filho do enigmático pintor Manuel D’Assumpção, percursor da corrente surrealista em Portugal e referência incontornável da mesma. Partindo do Expressionismo Arquetípico que pressupõe um autoconhecimento, uma construção interior baseada no mito, na alegoria e no simbolismo utilizadas por Alberto D’Assumpção, aí estão a circunferência, a esfera, o esquadro e o compasso, entre outras formas.
Para ele a Luz e o Espaço realizam-se em Harmonia. Da harmonia celeste à harmonia terrena, porém a passagem é sempre estreita. Por detrás das formas e dos símbolos na abertura subtil de uma porta ilumina-se um caminho.
Não se veem labirintos, tudo é claro para quem Vê. A Ética em que se funda a sua construção interior não lho permite.
O movimento é constante, de planos que se projetam e de formas em rotação ou translação, nessa massa imensa de um Universo em expansão, síncrono, numa conjunção musical e mística.
Geómetra da pintura revela-se no lado lúdico da sua cor uma característica singular da sua expressão plástica, nela implicando o que sente com a intensidade do que nos pretende transmitir.
Pintor Esotérico para ele a arte é, sobretudo uma maneira de comunicar com o Invisível, de analisar as suas correspondências secretas de uma forma mágica, diria mesmo iniciática, de criar entre o Indivíduo e o Cosmos um canal de comunicação, ou uma ponte e por ele(a) um movimento incessante de enriquecimento comum.
Claro está finda a comunicação fica um quadro, um pedaço de tela coberto de cores, uma obra plástica única.
Se quisermos apreender o seu sentido profundo, teremos de abrir bem os olhos para Ver para além dela a Luz que a ilumina e as formas que a modulam ou as personagens ocultas que a povoam.
Ao analisarmos, porém, o aspeto propriamente plástico da sua obra o que se observa de imediato é o rigor, a medida e a minúcia que lhe é inerente. Por que motivo dir-se-á um Universo tão ordenado, num espaço tão bem repartido.
Pura Arte Real que se exercita na arquitetura secreta, para além das aparências enganadoras do Visível, numa rigorosa geometria só visível para os que detêm a chave do enigma.
Na passagem à mestria, o Mestre perfeito passa do esquadro ao compasso, sendo que este se vai ampliando, na medida justa e perfeita, para não mais condicionar a razão e o pensamento liberto.
Do que venho dizendo fácil será inferir que para Alberto D’Assumpção o acto de pintar é fundamental, de um valor sagrado, litúrgico mesmo. Celebrar o rito na sua cadência simbólica é mister de muito poucos. De iniciados dir-se-á. Dos autênticos acrescento eu.
É que quem procura nem sempre encontra. Tem de investigar, ler, recortar, recolher, estar atento e afinal pintar depois de Ver. Ilumina-se-lhe, então, a Esperança de descobrir o ritmo secreto do Universo e da Vida, que já recolhêramos em Zurara quando confere entre outras, uma dimensão cósmica aos Descobrimentos, que nem sempre é enfatizada, embora seja claramente manifesta.
No artista, do Uno ao Múltiplo regressa-se ao Uno, à Luz que se havia precipitado na cor, as formas são na verdade apenas um simulacro da realidade.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España