Descripción de la Exposición
Considerados mais que obras arte, os itens que compõem a nova exposição temporária do MAS/SP são, antes de mais nada, artefatos de uso cotidiano, de festas, de celebração, de tradição, os quais demonstram os modos de vida e a visão de mundo de cada um dos povos destacados. Das peças minimalistas Ka'apor aos leques occipícios Karajá, entramos em contato com meios de fazer carregados de ancestralidade que, em uma época de rápida obsolescência dos aparatos tecnológicos, somos tentados a nos esquecer. A curadora Beatriz Cruz comenta: "O mesmo espanto que tomou conta dos primeiros colonizadores e visitantes estrangeiros ao tomar contato com os artefatos produzidos por nossos índios, continua a nos surpreender pela técnica empregada, pelo uso, pela tradição que resiste apesar de toda nossa indiferença". Sobre este assunto, Jose Roberto Marcellino dos Santos, Presidente do Conselho Consultivo do MAS/SP, sinaliza: "Até que se compreendesse que para além de ornamentos corpóreos tinha funções solenes e ritualísticas evocando aspectos do sagrado, muito tempo se passou e lamentavelmente várias etnias desapareceram. Principalmente devido a aculturação, essa arte corre o risco de desvirtuamento, transformando objetos simbólicos em materiais comerciais e turísticos".
A arte plumária é constatada em todas as etnias do Brasil, que perfazem aproximadamente 305 diferentes grupos, sendo os mais conhecidos: Guaranis, Tupinambás, Kaxuyana, Karajás, Guajajaras, Xingú, Xavante, Mundurucu, Ka'apor, Yanomamis, Kaiapós, Bororó, dentre outros. A estimativa é de que a população indígena, por ocasião da descoberta, fosse de 5 milhões de habitantes - hoje reduzida a cerca de 400.000. "Em um país de dimensões continentais como o Brasil, onde coexistem mais de 150 línguas indígenas faladas, esta mostra representa uma pequeníssima parcela de toda a riqueza da cultura material dos primeiros habitantes do nosso país", conclui Beatriz Cruz.
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España