Em sua terceira edição, a PontoArt Galeria promove a exposição: "Um Olhar Incomum III", com vernissage dia 18 de novembro às 19h, estendendo-se até 19 de dezembro de 2015. A mostra conta com a produção mais recente da artista plástica Ananda Giordano Peres, incluindo pinturas, desenhos, objetos e textos, em conjunto e com o suporte técnico da escritora e ilustradora Carla Caruso e da artista plástica e arte-educadora Helena Ribeiro, suas professoras e mentoras. Além dos trabalhos de Ananda, a mostra também conta com trabalhos dessas suas duas orientadoras.
Ananda Peres é cega de nascença, porém, durante toda a sua vida, conviveu com o universo das expressões artísticas. Interessa-se principalmente pela música e pelas artes plásticas, sendo que seu interesse nessa área nasceu de sua atuação na PontoArt, estimulada pelo fato de seu avô paterno Marrey Luiz Peres, já falecido, ter sido um artista plástico paulista muito atuante. Ananda frequenta regularmente...aulas de arte no Atelier da arte-educadora Helena Ribeiro e a oficina de escrita é com a escritora Carla Caruso.
"Os textos da Ananda são criativos, e cada vez mais ela se apropria da linguagem escrita. É um prazer e uma grande felicidade compartilhar com ela as descobertas e surpresas que surgem das suas criações artísticas", diz Carla Caruso. Já Helena Ribeiro ressalta que "a arte com a Ananda é sempre mais intensa e o lidar com as cores é como se estivéssemos tratando dos nossos próprios sentimentos".
A curadoria, produção e montagem da mostra é de Lucília Giordano e Marrey Peres Jr., proprietários da PontoArt Galeria e pais da artista. A exposição conta com identificações e textos em braille e com o recurso de áudio-interpretação das obras, proporcionando um nível de acessibilidade e inclusão aos visitantes deficientes visuais.
Com relação à questão da inclusão, na mostra, a mesma se dá em duas vias distintas. A primeira sendo a criação de um universo paralelo no qual habita o "olhar incomum" da pessoa nascida com deficiência visual, que tenta sensibilizar e se comunicar com as pessoas que possuem uma noção de universo notadamente visual. A segunda via se dá através da disponibilização de material táctil e de recursos audíveis, proporcionando à pessoa com deficiência visual a possibilidade de participar de uma exposição de artes preponderantemente visuais. Por meio da construção de universos paralelos e inclusivos, dos estímulos culturais e da própria paixão pelas artes, os deficientes visuais podem participar da exposição, construindo conhecimentos e sentimentos estéticos próprios. De forma análoga, Ananda pode desenvolver, juntamente com Carla e Helena, uma produção em grafismos, textos e objetos que convergem para uma estética também incomum, assim como seu olhar.
Entrada actualizada el el 03 dic de 2015
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