Descripción de la Exposición
Além de possuirmos uma certa mania de ter fé na vida, nós brasileiros, sempre conseguimos ressignificar a nossa linguagem. E é pela linguagem que estruturamos as nossas paisagens. Nossa percepção é construída pelo que vemos, mas também constrói o que por nós é visto. Em Ouro Preto, Alberto da Veiga Guignard, avistou torres de igrejas na neblina, um estímulo de fora para dentro, de lá para cá. Diante do influxo, olho e mão do artista transmutaram o que foi observado e nos foi devolvido em ato poético. Nós, depois de conhecer suas obras, mesmo que pudéssemos ver a primeira imagem, a que ele viu, das torres na neblina, invariavelmente veríamos algo novo. O insumo externo seria somado com a memória do que vimos em Guignard e a paisagem vista seria outra. É por isso que contemplar pinturas como estas é ao mesmo tempo um deleite e um perigo. Corremos o risco de não vermos mais o mundo da mesma forma. Ocorre que se antes o pintor moldou nosso olhar para as paisagens mineiras, agora, Lívia Fontana está prestes a transformar o modo como vemos as pinturas que ele criou.
Como mestre, Guignard, tencionava a educação do olhar. Partindo sempre do desenho (com o lápis duro) e ensinando a primeiro imaginar para depois executar. Traços, que deveriam ser disciplinados já que pela dureza do lápis, apagar, corrigir ou mesmo adaptar um risco que marcou a folha de modo impreciso, era algo complicado. Amilcar de Castro, um de seus alunos notáveis, destaca que o método ajudava no processo de criação. É preciso incorporar os erros. Isso nos leva para outro ponto do legado de Guignard: o exercício da liberdade.
Exposición. 13 dic de 2024 - 04 may de 2025 / CAAC - Centro Andaluz de Arte Contemporáneo / Sevilla, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España