Descripción de la Exposición
O Espacio Jhannia Castro, no Porto, inaugura no próximo dia 26 de setembro a exposição Transa_Baladas do último sol da artista portuguesa Ângela Berlinde. O evento está integrado no circuito de inaugurações simultâneas de Miguel Bombarda.
Ângela Berlinde [ Porto, PT, 1975 ] mergulha no seu arquivo para extrair formas e funções poéticas e políticas a partir da conjuntura cartográfica que a levou a habitar, na última década, duas terras intrinsecamente conectadas pelo expansionismo da história moderna: a sua terra natal, Portugal, e seu filho mestiço, Brasil.
TRANSA dá o nome à mostra de Ângela Berlinde no Espacio/Jhannia Castro e surge como mote para uma reflexão sobre a existência contemporânea, ameaçada pelo limbo e brutalidade dos processos colonizatórios que agora se revertem. A Terra, neste tempo suspenso, parece ecoar um grito surdo que agrega todas as forças civilizatórias juntas - as repressoras e as subalternas, as da história majoritária e as minorias, a mulher, o negro, o indígena, o colonizador.
Na vastidão da floresta amazónica, TRANSA convida-nos para uma dança estética e existencial através do hibridismo da fotografia e surpreende-nos com mitos e contos indígenas, numa personificação da graça criativa e fecundadora da natureza. Nesta travessia, no encontro com as comunidades originárias atiradas para as bordas do mundo, vibram reflexões sobre o conceito do Homem que vive descolado da Terra, que suprime a diversidade, que nega a pluralidade das formas de vida.
Artista e investigadora no campo do hibridismo da Fotografia, Ângela Berlinde interessa-se pelo lugar do artista nestes tempos obscuros e apela a uma ressignificação do tempo presente, numa tentativa poética de captar o curso irreversível do tempo e de todos os acontecimentos brutais que permanecem a marcar o curso da história. Diz procurar “agitar as águas de uma Terra em Transe e ousar um imaginário transgressor sobre o lugar do artista, que vive permanentemente no fio do abismo”.
Sem medo do escuro, Ângela Berlinde traz para o campo da arte o gesto político de propagar alegorias que pairam no limbo, não somente entre o documental e o ficcional, mas entre-tempos, entre histórias e geografias, entre passado e futuros, entre Portugal e Brasil.
Abre com hora marcada - via email para jhannia@espaciojhanniacastro.com para agendar visita. Reservada a grupos de máx. 10 pessoas por hora.
ÂNGELA BERLINDE
Ângela Berlinde [Porto, 1975] Ângela é artista e curadora independente em Fotografia, com doutoramento em Comunicação Visual sobre fotopintura e autorrepresentação das nações indígenas, na Universidade do Minho, Portugal. É formada em Estudos Curatoriais e concluiu o Mestrado em Fotografia na Utrecht School of Arts-Holanda. É pesquisadora em Pós-doutoramento na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, desenvolvendo estudos sobre práticas visuais contemporâneas que problematizam as formas híbridas da Fotografia, em interseção com outras linguagens, como a Pintura, o Cinema e a Literatura. Membro do grupo de pesquisa NANO Novos Organismos das Artes da Escola de Belas Artes da UFRJ. (NanoLab), Rio de Janeiro, Brasil.
A sua mais emblemática obra, Nhynã Aba, em tupi guarani “coração de índio“ aborda os mitos e histórias ancestrais dos povos indígenas do Brasil e da forma como estes se relacionam com a sua imagem.
É curadora de projectos culturais e exposições de arte contemporânea e publicou obras de Fotografia e Texto sobre a Índia portuguesa e sobre os Retratos Pintados dos Índios Brasileiros. Na ultima década tem comissariado fotografia contemporânea em toda a Europa, Ásia e países da América Latina, particularmente no Brasil. Em 2018, foi uma das curadoras convidadas da Bienal de Fotografia de Beijng, na China, organizado pela Academia Central de Belas Artes e pelo Museu de Arte de Pequim (CAFA Art Museum). É Professora Adjunta do Instituto Politécnico do Porto em Portugal, na coordena a Summer School de Fotografia. Desde 2017 integra o conselho de curadores do Museu da Fotografia em Fortaleza, Brasil e atualmente é conselheira artística do Programa de Fotografia da Secretaria de Cultura do Ceará, Brasil.
Ângela vive entre Portugal e o Brasil e atua no âmbito da tranversalidade das narrativas, traduzidas em Fotolivros, território no qual a fotografia expressa o seu potencial criativo. Ao longo do seu percurso, quer no campo da criação, quer no desenho curatorial e académico, sempre procurou examinar o modo pela qual a Fotografia continua a envolver-se em narrativas culturais contemporâneas para a construção de novas ordens e estruturas artísticas.
Exposición. 17 dic de 2024 - 16 mar de 2025 / Museo Picasso Málaga / Málaga, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España