Descripción de la Exposición
O Museu A CASA do Objeto Brasileiro promove a exposição “Trama Canoê”, uma vitrine contemporânea do artesanal ancestral amazonense, de 28 de maio a 10 de setembro, na sede da instituição localizada na Rua Pedroso de Moraes 1216, em Pinheiros, São Paulo.
Em parceria com o CRAB Sebrae, Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro e Sebrae do Amazonas, a exposição estreia em São Paulo após temporada inaugural no Rio de Janeiro. Ao valorizar as expressões culturais do Amazonas, a mostra “Trama Canôe” enaltece a produção manual do homem da floresta, os saberes e fazeres artesanais, tradicionais e contemporâneos, das comunidades criativas indígenas e ribeirinhas, parte da estratégia de promoção da área de Artesanato do Sebrae AM.
Com curadoria assinada pela manauense Rozana Trilha, diretora-presidente da Associação Zagaia Amazônia, a “Trama Canoê” foi inspirada em dois ícones importantes da cultura amazonense: a trama e a canoa. A primeira dá origem a objetos indispensáveis no cotidiano do homem da floresta, como cestos, redes de pesca, tapetes, balaios, vasos – todos trançados, formando infinitos desenhos, com as matérias-primas da floresta. Por sua vez, a canoa, é o principal veículo nos caminhos das águas formadas pelo encontro dos rios Negro e Solimões, nas proximidades de Manaus. Feita com apenas um tronco de árvore escavado, ela serve não só como meio de transporte de caboclos e povos indígenas para a busca de alimentos e comercialização dos produtos, mas também como meio de comunicação e de trabalho, por meio da caça e da pesca.
Idealizada para retratar aspectos importantes da cultura amazonense, a seleção reúne peças concebidas por artesãos da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN); da comunidade Indígena Nova Esperança; e dos municípios de Barcelos, São Gabriel da Cachoeira, Benjamin Constant, Maués, Rio Preto da Eva, Novo Airão e Careiro Castanho. “Chegar ao Museu A Casa, vindo de longe, me dá a sensação de acolhimento. Sinto que nossa viagem não foi interrompida e que a nossa cultura foi expandida. Chegaremos com os ‘guardiões da floresta’, em nossa canoa, com nossas tramas e nossa cultura ancestral. O Museu A Casa nos oferece novas perspectivas e uma nova vitrine para o artesanato amazônico. É extremamente importante ter acesso a um espaço que esteja no centro de um ecossistema que pensa, reflete e fomenta a produção artesanal”, diz Rozana.
Para Ana Letícia Fialho, diretora executiva do A CASA, receber “Trama Canoê” no museu é mais um desdobramento das parcerias feitas com instituições que compartilham o propósito de valorizar saberes e fazeres artesanais, neste caso o CRAB e o Sebrae-AM. “Sabemos também da importância de nos engajarmos na preservação e na valorização da região amazônica, não só por sua biodiversidade, mas pela dimensão sociocultural expressa na produção artesanal de diferentes comunidades ribeirinhas e indígenas apresentadas na exposição.”
A iniciativa do Museu A CASA do Objeto Brasileiro tem como objetivo difundir novas perspectivas sobre a vida do homem da Amazônia e da floresta, e se posiciona no centro de um ecossistema que valoriza o saber e o fazer artesanal. A exposição faz parte de uma programação mais ampla, criada pela economista Renata Mellão em 1997, que visa valorizar a produção artesanal. Ao contribuir com a troca de experiências e saberes do fazer à mão, a mostra fortalece a política curatorial do Museu, que valoriza as expressões culturais que trazem impactos socioambientais relevantes e que respeitam os ciclos naturais, privilegiando a reutilização de materiais próprios de cada território.
Uma imagem contendo no interior, mesa, urso, bicho de pelúcia
Descrição gerada automaticamente
TEXTO CURATORIAL | ROZANA TRILHA
“As peças selecionadas para a ‘Exposição Trama Canoê’ são em grande parte de etnias de diferentes municípios do Amazonas - Barcelos, Benjamin Constant, Careiro-Castanho, Maués, Rio Preto da Vida e São Gabriel da Cachoeira, mas temos peças produzidas por artesãos da capital, Manaus e ribeirinhos.
Na tentativa de unir essas realidades, pensei em elementos comuns a todos. Surgiu, então, a canoa e a trama. Ambos muito presentes no cotidiano de quem vive na Amazônia. A primeira é responsável pelo ir e vir nas nossas estradas, que são os rios. Aqueles que saltam aos olhos pela abundância em volume d’água, extensão e biodiversidade. É a canoa, também, que auxilia no transporte da matéria-prima necessária para o artesanato. Um elemento ritualístico – eu diria, indispensável à permanência da vida humana nessa região. A segunda é responsável por dar forma a objetos do cotidiano – alguns deles consegui incluir na Exposição. Um saber ancestral, passado de geração em geração. Impossível não ficar maravilhada em ver a agilidade das mãos dando forma a grafismos variados, sem aparentemente um cálculo prévio. Um movimento indispensável para a harmonia da vida humana nessa região.
Para que a ‘Exposição Trama Canoê’ falasse a grandeza da região amazônica e a pluralidade de nosso artesanato, contemplei os rios Negro e Solimões para representar as estradas fluviais. O conceito da trama foi trabalhado para mostrar pluralidade dos diferentes povos e o encontro entre o ancestral e o contemporâneo.”
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España