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Exposición / Casa Nova Arte e Cultura Contemporanea / Rua Chabad, 61 / São Paulo, Sao Paulo, Brasil
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Cuándo:
13 may de 2017 - 08 jul de 2017

Inauguración:
13 may de 2017 / 18:00

Comisariada por:
Thais Gouveia

Organizada por:
Casanova
Etiquetas
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Descripción de la Exposición

Artistas: Beto Shwafaty, Carolina Zancolli, Mariana Sissia, Marcelo Moscheta, Renata de Bonis, Renata Padovan, Santiago Porter, Sol Pochat e Samuel Lasso / Curadoria: Thais Gouveia. ---------------------------------- “Não haverá verdadeira resposta à crise ecológica a não ser em escala planetária e com a condição de que se opere uma autêntica revolução política, social e cultural reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais.” (Félix Guattari) “Let us remain exposed, and let us think about what is happening to us.” (Jean Luc Nancy) Segundo o químico holandês Paul Crutzen (ganhador do Nobel em 1995 por seus estudos sobre a camada de ozônio) estamos entrando em uma nova era geológica: a Era do Antropoceno, em que humanos e suas intensas transformações técnico-científicas substituíram a natureza como a força ambiental dominante na Terra. Pesquisadores têm encontrado diversos indícios para comprovar essa afirmação: o aumento da temperatura do planeta em um 1ºC, a modificação permanente dos cursos de rios de todas as bacias hidrográficas do mundo, as perfurações terrestres de poços de petróleo e a destruição em massa de reservas florestais são apenas alguns deles. A presente exposição propõe estudar formas com que o pensamento ecológico e político despontou poeticamente em obras de nove artistas da Argentina e do Brasil. Dando prioridade aos aspectos universais desse tema, a proposta é abrir caminho para que o conjunto traga uma compreensão poética acerca das transformações ambientais decorrentes de nosso atual modo de conceber a realidade, o que o filósofo francês Gilles Lipovetsky definiu como “cultura-mundo”. Esse termo refere-se a uma disseminação virtual em escala global de uma série de práticas e modos de vida como a extrema fé na Ciência, a dominação tecnológica da natureza, a miragem de um progresso ilimitado, a lógica do mercado, o hiperindividualismo, o consumo e as hipermídias. Um processo que gerou uma miríade de problemas como os inúmeros desastres ambientais, extinções em massa, as crises econômicas, guerras, armas nucleares, grandes migrações, o aumento do nacionalismo e o subsequente fechamento das fronteiras. Quando os meios de comunicação e o ciberespaço se convertem nos mediadores primordiais de nossa relação com o mundo, o que se instala é uma ilusória ausência de limites, um imediatismo e grande distanciamento da realidade material finita gerando desorientação e até negação da vida em si, e seus estágios naturais de início, meio e fim (1). Esse distanciamento dos fenômenos locais em prol de apreender a escala global, fez com que nem conseguíssemos atingir essa concepção mundial e nem evoluir em nossa percepção de nosso entorno e do outro. “A mental illness has invaded the planet, it is banality” (Yornel J. Mártinez Elías) O que falta então para reintegrar as intensidades ecológicas e geográficas à prática artística, científica, etnográfica, econômica e filosófica? Um ponto de partida, segundo o filósofo e estudioso Félix Guattari, seria revisar as ecologias sociais que também passam por sérias deteriorações. Há uma crise na subjetividade – seja ela social, animal ou vegetal – e a subsequente perda de sua textura com o meio e de qualquer alteridade. A saída dessa crise, segundo o pensador, seria elevar as reflexões para além da perspectiva tecnocrática sendo a articulação estético-ético-política entre meio ambiente, relações sociais e subjetividade humana – que ele nomeou de “ecosofia” – a chave para reintegrar de forma mais profunda todos esses aspectos. (2) Poderia a arte desempenhar um papel atuante na reversão dessas crises? Como transformar passividade em ativismo e reintegrar a ação artística aos fluxos naturais? Não se trata aqui de pensar a arte como geradora de soluções para os danos ambientais, senão como uma prática que pode – ao atuar no limiar e nas frestas das coisas e das percepções individuais – oferecer novos pontos de vista e assim transformar nosso modo de pensar e produzir conhecimento. Rancière defende que “a existência de acontecimentos que excedem o pensável clama por uma arte que testemunhe o impensável (3).” Segundo esse último, seria próprio da arte inscrever em nossa compreensão o rastro desse impensável, essas camadas de mundo possíveis que ainda não conseguimos conceber, “fazendo-nos ver” cartografias até então invisíveis. Um “fazer ver” que age aqui sob a vontade artística de se apropriar dessa paisagem e que, inevitavelmente, precisa operar dentro de uma redução e descontinuidade dessa paisagem-mundo. E é exatamente essa vontade artística – através de decalques, desenhos, tintas, dobras, medições cronológicas e geometrias – que irrompe no espaço novas formações topográficas. E, talvez, novas geografias dentro daqueles que as veem. A exposição é o resultado de uma residência curatorial de dois meses que a curadoria fez em Buenos Aires em 2016, como parte de C.Lab Prêmio Mercosul. Referências bibliográficas (1) LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. A cultura-mundo: resposta a uma sociedade desorientada. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. (2) GUATTARI, Félix. As Três Ecologias. Tradução de Maria Cristina F. Bittencourt. 11 ed. Campinas: Papirus, 2001. (3) RANCIÈRE, Jacques. O Destino das Imagens. Tradução de Mônica Costa Neto. São Paulo: Contraponto, 2012.


Entrada actualizada el el 23 may de 2017

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