Na sua exposição individual “Through Wet Air” no Pavilhão Branco, Catarina Dias apresenta várias pinturas de grande dimensão sobre papel e imagens impressas sobre tecido, dando continuidade ao trabalho que a artista vem a desenvolver até aqui, colocando em prática uma atenta perscrutação do confronto entre a experiência do imediatamente observável e aparente, e a compreensão da dimensão do impercetível e invisível que se torna corpóreo através da linguagem. São pinturas que nos fazem vislumbrar fantasmas que nos guiam e orientam – leia-se phántasma, termo originário do grego a partir do verbo phantázō, “tornar visível”, derivado do verbo phaínein, “mostrar”, “trazer à luz” –, que nos apelam à atenção, à vigília, propondo-nos uma disposição contemplativa que nos faz reflectir acerca das mais profundas inquietações que tecem e enredam a condição definitiva que nos compõe: a de se ser humano.