Descripción de la Exposición
O Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta entre fevereiro e maio a exposição "The Sonnabend Collection. Meio Século de Arte Europeia e Americana. Part 1", uma exposição dedicada à Coleção Sonnabend. Comissariada por António Homem, é organizada com a colaboração de Fondazione Musei Civici Venezia (MUVE), Ca' Pesaro, em Veneza, e da Sonnabend Collection Foundation. Numa altura em que o Museu de Serralves dedica uma atenção cada vez maior à sua coleção de arte portuguesa e internacional, a Coleção Sonnabend assume uma relevância particular. Obras dessa coleção fizeram parte da exposição inaugural do Museu, "Circa 1968" em 1999, e várias delas permaneceram a título de empréstimo a longo prazo em Serralves.
Criada pela influente galerista Ileana Sonnabend, a Coleção Sonnabend é considerada uma das mais importantes coleções de arte americana e europeia da segunda metade do século XX, representando alguns dos movimentos fundamentais da arte ocidental dos nossos dias. Embora conhecida sobretudo pelo seu apoio aos principais protagonistas da arte pop, do minimalismo, da arte povera, do pós-minimalismo e da arte conceptual, Ileana Sonnabend deu continuidade ao seu compromisso até à sua morte em 2007. Um reflexo do apoio e do entendimento profundo de Ileana Sonnabend relativamente aos artistas com quem trabalhou nas suas galerias de Paris e Nova Iorque, a exposição revela a notável clarividência das suas escolhas ao longo de mais de cinco décadas e o seu duradouro legado.
A exposição inclui 62 pinturas, esculturas e instalações de 1956 à atualidade, da autoria de 44 artistas, a maioria apresentada pela primeira vez em Portugal. Muitos dos artistas presentes são referências essenciais na Coleção de Serralves. Entre os vários trabalhos de grande escala que integram a exposição está o desenho mural de Sol LeWitt Arc from Four Corners. A sua instalação nas galerias do Museu de Serralves conta com a colaboração do Estate of Sol LeWitt e envolve a participação de alunos da Escola de Belas-Artes do Porto.
A exposição está concebida em cinco núcleos. Mais do que apresentar uma organização cronológica em que prevalece uma categorização por movimentos artísticos, a seleção de peças e a organização dos núcleos expositivos pretendem salientar as afinidades conceptuais, estéticas e plásticas dos artistas representados, destacando simultaneamente o papel singular de cada um e o de uma das suas mais importantes representantes, Ileana Sonnabend, na história da arte da segunda metade do século XX.
No primeiro núcleo, dedicado a Ileana Sonnabend, são apresentados o retrato de Ileana por Andy Warhol e o retrato de Michael Sonnabend por George Segal, como testemunhos simbólicos e literais da importância destas figuras tutelares.
O segundo núcleo é dedicado à arte pop americana e ao nouveau réalisme francês e reúne obras representativas destes movimentos, que têm em comum a atitude complexa dos artistas face à inesgotável fonte de inspiração que é a cultura ocidental em constante crescimento, globalizante e mediatizada. Dessa atitude fazem parte a aceitação e o questionamento, irónico ou descomprometido, com que estes artistas desenvolveram as suas pesquisas plásticas, transformando e estetizando o banal e o quotidiano. Este núcleo inclui pinturas e esculturas de Arman, John Chamberlain, Christo, Jim Dine, Jasper Johns, Roy Lichtenstein, Robert Morris, Claes Oldenburg, Robert Rauschenberg, James Rosenquist, George Segal, Mario Schifano, Andy Warhol e Tom Wesselmann.
O terceiro núcleo integra obras associadas à arte povera e à antiforma, da autoria de Giovanni Anselmo, Pier Paolo Calzolari, Jannis Kounellis, Mario Merz, Robert Morris, Bruce Nauman, Guilio Paolini, Richard Serra, Keith Sonnier e Gilberto Zorio. As pesquisas dos artistas ligados à arte povera e ao movimento antiforma apresentam pontos de contacto com a arte conceptual, desenvolvida também a partir da segunda metade da década de 1960. Esses pontos de contacto são bastante visíveis nos trabalhos de Nauman e Paolini, que revelam uma dimensão mais cerebral e abstrata, reivindicando uma feição estética para os objetos e materiais comuns e dando destaque não à obra de arte enquanto mero objeto material, mas sim à obra enquanto processo de reflexão.
O quarto núcleo debruça-se sobre o minimalismo, com os artistas John Baldessari, Larry Bell, Mel Bochner, Peter Halley, Donald Judd, Clay Ketter, Sol LeWitt, John McCracken e Michelangelo Pistoletto. Surgido como reação ao expressionimo abstrato na segunda metade da década de 1960, e tendo raízes no construtivismo do início do século XX, o minimalismo é uma tendência artística que se caracteriza por uma simplicidade deliberadamente extrema. Os artistas minimalistas propõem ultrapassar os conceitos de pintura e escultura, direcionando as suas pesquisas para uma análise da interação entre o espaço, o material, a luz e o observador.
O quinto núcleo inclui uma peça de chão criada por Barry Le Va e pinturas dos neoexpressionistas alemães Jörg Immendorff, Anselm Kiefer e A. R. Penck, mostradas paralelamente a obras de Richard Artschwager, Carroll Dunham, Robert Feintuch, Fischli & Weiss, Michelangelo Pistoletto, Rona Pondick, Robert Watts e Terry Winters. Estas obras, sobre temas muito diversos, proporcionam uma visão excêntrica ― surreal, mítica, simbólica, alegórica, emocional ― de mundos reais ou imaginários, provocando no observador um sentimento de estranheza.
A exposição é acompanhada por um catálogo profusamente ilustrado com informação sobre as obras apresentadas e uma conversa entre António Homem e Suzanne Cotter, diretora do Museu de Arte Contemporânea de Serralves.
Artistas participantes:
Giovanni Anselmo, Arman, Richard Artschwager, John Baldessari, Larry Bell, Mel Bochner, Pier Paolo Calzolari, John Chamberlain, Christo, Jim Dine, Carroll Dunham, Robert Feintuch, Fischli & Weiss, Peter Halley, Jörg Immendorff, Jasper Johns, Donald Judd, Clay Ketter, Anselm Kiefer, Jannis Kounellis, Barry Le Va, Sol LeWitt, Roy Lichtenstein, Piero Manzoni, John McCracken, Mario Merz, Robert Morris, Bruce Nauman, Claes Oldenburg, Guilio Paolini, A. R. Penck, Michelangelo Pistoletto, Rona Pondick, Robert Rauschenberg, James Rosenquist, George Segal, Richard Serra, Mario Schifano, Keith Sonnier, Andy Warhol, Robert Watts, Tom Wesselmann, Terry Winter, Gilberto Zorio.
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