Descripción de la Exposición
Nara Roesler New York tem o prazer de apresentar The Site of Images [O lugar das Imagens], uma exposição individual de Daniel Senise, com curadoria de Luis Pérez-Oramas, que reúne três séries diferentes de obras produzidas pelo artista entre 2020 e 2023.
Daniel Senise (n. 1955, Rio de Janeiro, Brasil), um dos principais pintores contemporâneos brasileiros e membro importante da Geração 80, produziu um importante corpo de trabalho que aborda a pintura além da convenção tradicional de pinceladas sobre tela. Seu processo começa com a impressão de texturas de superfícies - como pisos de madeira ou paredes de concreto - de locais cuidadosamente escolhidos. O processo realizado em tecidos utiliza de uma técnica semelhante à monotipia. Esse material torna-se então a base estrutural do trabalho, seja como uma tela para ser trabalhada como um quebra-cabeça de colagem, incluindo fragmentos adicionados a fotografias impressas para criar a imagem final. Frottage, impressão, traçado, corte e colagem e texturização residual fazem parte do processo do qual o pincel e a pincelada são deliberadamente excluídos. Nesse sentido, as obras de Senise imitam conceitualmente um tipo antigo de imagem conhecido como acheiropoieta, ou seja, imagens produzidas sem a mão do pintor.
O repertório de Senise geralmente se relaciona com a memória de lugares e espaços. Portanto, ele entrelaça a representação de um local com seus detritos ou, em outras palavras, sua história - ele justapõe o tempo, a memória e a presença física que resulta deles. Para a seleção atual de obras que constituem The Site of Images - os últimos desenvolvimentos da série Museums and Galleries - é o estúdio do pintor, sua materialidade concreta como poeira e detritos que se torna a coluna estrutural das imagens que representam espaços vazios e monumentais de museus. Quando as fotos emolduradas que normalmente são exibidas nesses espaços são retratadas em suas pinturas, elas são apagadas. Do local das imagens, as obras de Senise mostram apenas o local em si, o vazio assombroso do museu ou a estrutura pungente, quase fúnebre, de sua arquitetura.
É revelador que Daniel Senise tenha incluído, entre as obras que retratam imagens fantasmagóricas dos interiores do museu, um exemplo de sua série dedicada à Vera Icona, o famoso pano de linho onde o rosto de Cristo foi milagrosamente impresso. Um local sagrado de imagens para os cristãos, a Vera Icona também é um objeto teórico que esclarece o poder e os paradoxos das imagens. Além disso, uma imagem feita sem intervenção humana - o próprio modelo de acheiropoieta - uma prodigiosa transferência de imagem, ressoa com as grandes pinturas que carregam, por seu contato com paredes e pisos do estúdio do artista, a materialidade, a relíquia-fragmento das imagens. O objeto serviu de inspiração para vários pintores ao longo da história da arte. São essas representações, de artistas como El Greco e Zurbarán, que servem de base para a abordagem de Senise sobre ele. O artista adapta essas composições originais, recriando-as, mas sem incluir o rosto de Cristo, de modo que o foco está nos suportes que sustentam a imagem, seu próprio local material.
No terceiro grupo de obras que fazem parte da exposição, o artista destaca uma das técnicas fundamentais de sua prática: a monotipia de superfícies. Usando uma mistura de água e cola espalhada sobre o piso de um determinado espaço, o artista consegue, com um pano, imprimir as marcas para criar superfícies estampadas com as cores e os sinais do lugar. Imagens acidentais, cujo poder de representação depende inteiramente do acaso e da percepção subjetiva. Essas imagens, literais em sua materialidade não mimética, complementam o ambicioso conjunto de imagens abissais que retratam museus: abismos vazios de imagens, os museus retratados por Senise também são imagens de imagens, imagens contendo imagens (apagadas), como a própria Vera-Icona: o local infinito de imagens.
Sobre Daniel Senise
Daniel Senise é um dos representantes da chamada Geração 80, marcada pelo processo de retomada da pintura no Brasil. Desde o final da década de 1990, sua prática artística consiste no que pode ser descrito como “construção de imagens”. O processo começa com a impressão de superfícies – como pisos de madeira ou paredes de concreto – sobre tecidos, à maneira de monotipias. Esse material serve de base para suas obras, seja como área a ser trabalhada ou como fragmento a ser colado sobre outra imagem, frequentemente, fotográfica.
Sua produção tem forte relação com o espaço, cujos restos são incorporados aos trabalhos, de modo que ele passa a ser apresentado não só como figuração, mas também como matéria exposta. Cerâmicas quebradas, barras de metal, pedaços de madeira, poeira, entre outros elementos encontrados, são fixados sobre as imagens, servindo como anteparos que dificultam com que ela seja vista e, ao mesmo tempo, ressaltam seu caráter de rastro. Cria-se um jogo entre a realidade da matéria e sua representação. Por outro lado, o tempo também se faz fundamental, sobrepondo cronologias, gestos e vivências, a partir das complexas relações entre permênecia e desaparecimento.
Senise nasceu no Rio de Janeiro, em 1955, cidade onde vive e trabalha. Algumas de suas principais exposições individuais incluem: Antes da palavra, na Fundação Iberê Camargo (FIC) (2019), em Porto Alegre, Brasil; Printed Matter, na Nara Roesler (2017), em Nova York, Estados Unidos; Quase aqui, no Oi Futuro Flamengo (2015), no Rio de Janeiro, Brasil; 2892, na Casa França-Brasil (2011), no Rio de Janeiro, Brasil; Vai que nós levamos as partes que te faltam, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) (2008), no Rio de Janeiro, Brasil; e The Piano Factory, no Instituto Tomie Ohtake (ITO) (2002), em São Paulo, Brasil; além de individuais na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2009), em São Paulo, Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo (1994), em Monterrey, México, e no Museum of Contemporary Art (1991), em Chicago, Estados Unidos.
Participou de diversas bienais e mostras coletivas, incluindo a Anozero’19, 3ª Bienal de Coimbra, Portugal (2019); as 18ª, 20ª, 24ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo, Brasil (1985, 1989, 1998 e 2010); e a 44ª Biennale di Venezia, Itália (1990); Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos, na Oca (2017), em São Paulo, Brasil; Os muitos e o um: arte contemporânea brasileira, no Instituto Tomie Ohtake (ITO) (2016), em São Paulo, Brasil; e Las Américas Latinas — Las fatigas del querer, no Spazio Oberdan (2009), em Milão, Itália. Possui obras em importantes coleções, como: Stedelijk Museum Amsterdam, Amsterdam, Holanda; Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, Estados Unidos; Ludwig Museum, Köln, Alemanha; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Rio de Janeiro, Brasil; Coleção João Sattamini – Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói), Niterói, Brasil; Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo, Brasil.
About Nara Roesler
Nara Roesler is one of Brazil’s leading contemporary art galleries, representing influential Brazilian and Latin American artists from the 1950s, as well as important established and emerging artists who engage with the trends initiated by these historical figures. Founded in 1989 by Nara Roesler, the gallery consistently fosters curatorial innovation while maintaining the highest standards of quality in its artistic productions. It has developed a selective and rigorous exhibition program in close collaboration with its artists, established and maintained the Roesler Hotel program, a platform for curatorial projects, and continuously supports its artists beyond the gallery space, collaborating with institutions and curators for external exhibitions. The gallery expanded its exhibition space in São Paulo in 2012 and inaugurated new spaces in Rio de Janeiro in 2014 and New York in 2015, continuing its mission to provide the best possible platform for its artists to showcase their works.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España