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The Man with the Golden Arm

Exposición / Caroline Pagès Gallery / Rua Tenente Ferreira Durão, 12 - 1° Dto. [Campo de Ourique] / Lisboa, Portugal
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Cuándo:
30 nov de 2018 - 02 feb de 2019

Inauguración:
30 nov de 2018 / 21:30

Precio:
Entrada gratuita

Organizada por:
Caroline Pagès Gallery

Artistas participantes:
João Fonte Santa

       


Descripción de la Exposición

When I Paint My Masterpiece* O título da exposição, The Man With the Golden Arm, é uma apropriação do filme de Otto Preminger de 1955, com argumento baseado no livro homónimo de Nelson Algren, genérico tipográfico animado de Saul Bass ao som de um tema de Elmer Bernstein. Frank Sinatra, interpreta um ex-toxicodependente que saí da prisão e sonha em ser baterista. O homem do braço dourado é uma narrativa sobre o vício, amor e salvação. A propósito da apropriação de títulos e como isso gera leituras rizomáticas quer no processo artístico quer no processo ativo do espetador, Arthur Danto no prefácio do livro, Transfiguração do Lugar Comum (1), sobre o resgate da arte para o mundo real, conta-nos a história da apropriação do título do livro. Deparou-se com este título no romance de Muriel Spark, onde uma das personagens é a autora de um livro intitulado Transfiguração do Lugar Comum. Sempre cobiçou este título e guardou-o na memória para um futuro livro seu. No contacto com a escritora para a sua permissão da apropriação de um título de um livro fictício para um título de livro real, perguntou-lhe de que assunto tratava o livro da personagem. De arte, respondeu. Assim, Danto viu no processo de apropriação do título do livro, a súmula do assunto do seu livro, banalidades transformadas em arte, transfigurações do lugar comum. A transfiguração de João Fonte Santa, The Man with the Golden Arm remete-nos para o território da música, não do jazz mas do rock, da morte do rock, da morte e do seu envelhecimento pessoal. Como se o mito “morrer jovem, depressa e ter um cadáver bonito” ficasse perdido na memória e agora, perante essa impossibilidade, ser apenas uma coisa difusa, ao som de guitarras eléctricas. Da morte do rock que afinal nunca morreu, acrescesse-se a morte da pintura proclamada quando o rock explode no final da década de 60 mas que afinal também nunca morreu e a morte do Autor- Deus (1) de uma só interpretação que dá lugar ao espectador e a múltiplas e infinitas possibilidades de interpretação. Os títulos das obras são novamente apropriações de temas de compositores (ainda) contemporâneos: Karlheinz Stockhausen, Steve Reich, Glenn Branca, La Monte Young que marcaram cada um à sua maneira, a cena musical do séc. XX. A música, a adolescência, a rebeldia, a morte e o desejo transfiguram-se em natureza e paisagem, retratos de bandas (icónicos e recorrentes da temática de Fonte Santa) como a obra Debby Harry & The Stilletos, (pré-Blondie); os Throbbing Gristle pioneiros da música industrial e lugares de criação de música; o material electrónico dos Folclore Impressionista. A este mapa psicoreferencial de Fonte Santa, junta-se uma marginália lírica e da contracultura, a comunidade proto-hippie Nature Boy. Descrita no livro On the Road de Jack Kerouac e cantada primeiro por Nat King Cole e interpretada por muitos outros, Nature Boy é transferido e reinventado na pintura do menino da selva, Mogli, jovem e sem barba— o contrário dos reais “nature boys” —que fala com os animais como nas fábulas. Alice Geirinhas, Novembro 2018. When I Paint My Masterpiece, tema dos Greatful Dead. (1) Danto, A.C. Narration and Knowledge. 1995. Columbia press: New York. (2) Barthes, R. (1968). La mort de l’auteur. In É. Marty, (Ed.)(1994). OEuvres Complètes, Tome II, 1966-1977. Paris: Éditions du Seuil, p. 494: “Sabemos agora que um texto não é feito de uma linha de palavras, libertando um sentido único, de ‘mensagem’ do Autor-Deus, mas um espaço de dimensões múltiplas, onde se casam e se contestam escritas variadas, nenhuma das quais é original: o texto é um tecido de citações, com mil focos de culturas”. Tradução livre. ----------------------------------------------- João Fonte Santa (PT Évora, 1965) Vive e trabalha em Lisboa. Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade Clássica de Lisboa. Começa por se dedicar à produção gráfica underground em fanzines auto-editados, iria deslocar progressivamente o seu trabalho para a pintura e o desenho. O trabalho de João Fonte Santa é orientado a partir de um intenso banco de referências da cultura popular, contemporâneas e eruditas, produz um corpo de trabalho que sendo visualmente excitante procura tornar visíveis as relações da mecânica do poder político. Expõe regularmente desde meados dos anos 90. Das suas exposições individuais, destacam-se: “Bem-Vindos À Cidade Do Medo” com curadoria de Sandra Vieira Jürgens, MAAT, Lisboa, 2018; “O Colapso da Civilização”, Galeria VPF Cream Art, Lisboa, 2014; “Pintura Para Uma Nova Sociedade” com curadoria de David Santos, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, 2009; “O Aprendiz Preguiçoso”, Festival Sonda, Atelier-Museu António Duarte, Caldas da Rainha, Portugal, 2007; “Frozen Yogurt Potlash”, Galeria VPF Cream Art, Lisboa, 2005; “Do Fotorrealismo à Abstração”, Salão Olímpico, Porto, 2003. Algumas das exposições coletivas em que participou: “Utopia/Dystopia” com curadoria de Pedro Gadanho, MAAT, Lisboa, 2017; “Portugal Portugueses” com curadoria de Emanoel Araujo, Museu Afro-Brasil, São Paulo, 2016-17; “Café Portugal” com curadoria de Filipa Oliveira, Design Factory, Bratislava, Eslováquia 2008; “Plano XXI – Portuguese Contemporary Art” com curadoria de Paulo Mendes, G-Mac, Glasgow, Escócia, 2000. Encontra-se representado nas seguintes colecções: Fundação PLMJ, Lisboa; Colecção MG, Alvito; Colecção Victor Pinto da Fonseca, Lisboa e do Museu Afro-Brasil, São Paulo.


Entrada actualizada el el 03 dic de 2018

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