Descripción de la Exposición
Abertura: 19 de setembro
Até 17 de outubro, 2020
A exposição encontra-se montada no espaço da Galeria Leme.
Para visitas presenciais faz-se necessário agendamento prévio:
https://calendly.com/lemegaleria/frederico-filippi-terra-de-ninguem?month=2020-09
Sábado, dia 19 de setembro de 2020, abre virtualmente a exposição individual Terra de Ninguém do artista Frederico Filippi na Galeria Leme. Com curadoria de Thais Rivitti, a exposição mostra um recorte de trabalhos recentes do artista, divididos em três núcleos: oito pinturas sem título, obras da série Seiva e a instalação Carne de Caça. A primeira exposição a abrir no espaço após o fechamento em decorrência da pandemia de Covid-19 – e ainda sob condições especiais de visitação – a mostra reflete sobre a relação do homem com o ambiente em que vive, enfocando, sobretudo, questões brasileiras dentro dessa temática.
As oito novas pinturas, com dimensões variadas, trazem pequenas paisagens que mostram uma natureza em transformação. São imagens algo nebulosas, feitas com a mediação de reproduções fotográficas, que se abrem num fundo preto. O suporte das pinturas não é a tela branca comumente usada por pintores, mas uma placa de borracha preta. O material traz consigo, ao mesmo tempo, a lembrança do látex natural e do processo industrial que transforma a matéria prima em produto pronto para o consumo.
As obras da série Seiva mostram lameirões de caminhão (também feitos com a mesma borracha preta das pinturas) que o artista encomenda com as palavras “fogo”, “ouro” e “mercúrio”. São “objetos- pinturas” que nascem com a vocação de rodar o Brasil em caminhões que trafegam pelas rodovias fazendo o transporte das mais diversas cargas. Na galeria, esses objetos condensam, de algum modo, o percurso das estradas fazendo-nos pensar sobre os possíveis encontros dessas “palavras - signos - elementos” com a paisagem que atravessam.
A instalação Carne de Caça, reúne partes de um carro queimado sobre as quais o artista desenha com asfalto. Essa carcaça desmembrada é novamente recomposta na galeria, lembrando um pouco as montagens de animais extintos em museus de História Natural. Os desenhos dessas padronagens sobre a superfície das peças evoca a pele de alguns mamíferos, criando, novamente, uma intersecção inesperada entre a máquina (o carro, a indústria) e o corpo vivo (o animal, a natureza).
Um dos artista mais provocativos de sua geração, Frederico Filippi vem construído uma obra que indaga sobre as consequências de ações predatórias sobre a natureza, sobre a aniquilação de modos de vida tradicionais, sobre um estreitamento de visão sobre o mundo decorrente na hegemonia do pensamento branco, ocidental e científico em diversos campos do conhecimento. Seu trabalho coloca em relação fatos atuais com processos históricos longos, como a colonização do território americano. Articulando processos econômicos, simbólicos e políticos o trabalho do artista traz a tona os principais impasses colocados para pensarmos o presente.
Sobre o artista:
Frederico Filippi. São Carlos, Brasil, 1983. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.
Com procedimentos variados e técnicas dispersas, a centralidade das imagens presentes em suas investigações muitas vezes partem da influência que recebe dos temas da antropologia - especificamente da etnologia ameríndia - como a pesquisa de campo, os resíduos imagéticos de encontros de mundos diferentes e a diagramação de informações aparentemente caóticas em um contexto novo. Para isso, ao mesmo tempo que se debruça sobre objetos e materiais para produzir pinturas, desenhos e instalações, também leva a cabo pesquisas mais extensas em processos de deslocamento e residências que acabam por produzir uma ação sobre a realidade, mesmo que ínfima, de modo a introduzir um ruído na imagem geral. Cada vez mais a agência invisível dos objetos e das informações tem se tornado um ponto de encontro em seu processo, de forma que o artista não se abate sobre uma técnica verticalmente, mas transita de acordo com a sondagem e encontra em diferentes materiais e ações caminhos para tornar visíveis estes procedimentos.
Exposições individuais: Cobra Criada, Galeria Athena, Rio de Janeiro, Brasil (2019); O sol, o jacaré albino e outras mutações, Galeria Athena Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; Fogo na Babilônia, Pivô, São Paulo, Brasil; Desvío, KIOSKO, Santa Cruz de la Sierra, Bolívia (2015); Deuses Impostores, IBEU- Rio de Janeiro, Brasil (2014).
Exposições coletivas: Triangular: arte deste século, Casa Niemeyer, Brasília, Brasil; O Que Não É Floresta É Prisão Política, Galeria Reocupa - Ocupação 9 de Julho, São Paulo, Brasil (2019); ⦿, Galeria Leme, São Paulo, Brasil; Com o ar pesado demais para respirar, Galeria Athena Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; Caixa-Preta, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, Brasil; Que barra, Ateliê 397, São Paulo, Brasil; ROCESSOS EM TRÂNSITO | Livros de Artista 2018, Galeria da Câmara de Matosinhos, Matosinhos, Portugal (2018); IN MEMORIAM, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil (2017); Próprio-impróprio, Galeria Leme, São Paulo, Brasil; Photo Biennale, Cities and Memory, Bienal de Fotografia e Filme, Brandts, Dinamarca; Totemonumento, Galeria Leme, São Paulo, Brasil (2016); Aparição, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; Até Aqui Tudo Bem, Inside the White Cube, White Cube, São Paulo, Brasil (2015); entre outras.
Prêmios e residências artísticas: Intervalo-Escola: Intervalo em curso, Casa do Rio e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Igapó Açu, Amazônia, Brasil (2017); Kiosko, Santa Cruz de la Sierra, Bolívia; El Ranchito Matadero, Madri, Espanha (2015); Bolsa Pampulha, Museu da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil; Prêmio Novíssimos, Galeria IBEU, Rio de Janeiro, Brasil; La Ene, Buenos Aires, Argentina (2013); 5º RedBull House of Art, São Paulo, Brasil (2011).
O seu trabalho integra a coleção do MAR - Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil e Casa da Cultura da América Latina na Universidade de Brasília.
Actualidad, 06 oct de 2020
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