Descripción de la Exposición
O Paço das Artes --instituição da Secretaria de Estado da Cultura-- abre no dia 28 de janeiro a Temporada de Projetos 2016, programa de fomento, apoio e difusão da jovem arte contemporânea brasileira. A primeira edição do ano reúne os trabalhos dos artistas Alex Oliveira, Anaisa Franco e Sergio Pinzón e do curador Philipe F. Augusto, selecionados pelo júri composto por Fernando Oliva, Priscila Arantes (diretora artística e curadora do Paço das Artes) e Thaís Rivitti.
Alex Oliveira apresenta a série fotográfica Fora do Lugar, produzida entre 2013 e 2014, a partir de deslocamentos geográficos realizados por seis cidades da Bahia: Caetité, Ibicoara, Ituaçu, Jequié, Paulo Afonso e Salvador. "As fotografias foram produzidas a partir da construção de uma autorrepresentação que propõe reforçar, na minha constituição de brasileiro mestiço, traços fenotípicos que me assemelham aos descendentes árabes, utilizando, para isso, uma vestimenta composta por uma túnica árabe, uma taeia (touca masculina) e um tecido árabe dourado", diz o artista.
Durante o processo de criação, Alex Oliveira buscou experimentar relações compositivas entre corpo e espaço, acaso e objetos diversos encontrados pelas andanças e derivas. Desta maneira, o artista investiga as semelhanças entre as paisagens da caatinga, sertão e as paisagens desérticas pontilhadas por oásis dos países do Oriente Médio. Na série Fora do Lugar, o artista propõe entremear fotografia e performance, memória e invenção, a partir de um jogo narrativo que mescla elementos reais e ficcionais.
Anaisa Franco, por sua vez, reutiliza conceitos de psicologia como paranoia, ansiedade, vergonha e frustração para criar as esculturas eletrônicas de Psicossomáticos. "Os estudos são materializados fisicamente formando seres esculturais 'pensantes', comportamentais e sensíveis que se posicionam por meio da interconexão da matéria com o digital", explica a artista.
Dentro desta investigação, Anaisa Franco questiona a possibilidade de inserir comportamentos, sentimentos e emoções dentro de máquinas esculturais expandidas, que poderão se experimentadas pelo público por meio do contato humano (presença, toque, olhar).
Já Sergio Pinzón elabora o inédito Projeto de ciclorama #2, que ocupará a calçada do Paço das Artes. A instalação é composta por três andaimes que suportam a imagem fragmentada e adaptada do ciclorama feito pelo pintor John Vanderlyn em 1818 do Jardim de Versalhes. A imagem é recuperada do site do Museu Metropolitan de Nova York e impressa na qualidade original do arquivo obtido sobre lona pra publicidade outdoor.
Projeto de ciclorama #2 põe um diálogo as imagens do Jardim de Versalhes e a fachada do Paço das Artes, instigando o espectador a criar relações entre os dois lugares. A obra apropria-se também de materiais e estruturas que se encontram em prédios que estão sendo reformados. "Assim, o trabalho surge também como pretensão, como tentativa de criar ilusões de um lugar, mas também de um estado das coisas, da vontade dos ideais modernos e da execução falha", diz o artista.
Além dos trabalhos destes três artistas, o Paço das Artes promove a inauguração de Jogo de forças, de Philipe F. Augusto, projeto curatorial selecionado para a Temporada de Projetos 2016.
Jogo de forças reflete sobre as relações de forças ou relações de poder na sociedade por meio da noção de "obra-dispositivo". Segundo o curador, esse conceito se revela por meio dos trabalhos dos artistas que compõem a mostra. No espaço expositivo, as obras de Alexandre Colchete, Clara Ianni, Deyson Gilbert, Dias & Riedweg, Jaime Lauriano, Lucas Simões e Regina Parra relacionam-se por meio da criação de um campo de força. "O trabalho se dá como catalisador de uma experiência política porque o artista opera no real e transgride um espaço delimitado de um plano psicossocial e institucional, criando estratégias de transformação de ações domesticadas dentro de um espaço partilhável", diz.
No dia da abertura, a dupla Dias & Riedweg fará a performance Nada quase nada (2016), uma encenação com leitura de textos do escritor Robert Walser, em diálogo com a instalação Blocão (2014). Esta obra é composta por 80 frases de conteúdo político, ditas em público entre 1944 e 2014. Também haverá uma ação dos espectadores sobra a obra Recalque diferencial (2015), do artista Lucas Simões.