O título da exposição de Ana Maria Tavares é Tautorama, uma palavra inventada pela artista que remete a 'tautologia' - a repetição de um mesmo pensamento, expresso de diferentes maneiras - e a 'hórama', palavra grega que significa 'dar a ver', 'vista' ou 'espetáculo'.

Explica-se: o Paço será visto sem os painéis que delimitam seu espaço expositivo e o separam da mata que fica aos fundos do edifício. A artista retirou os painéis não apenas para dar a ver o que estava escondido, mas para provocar outro tipo de reflexão sobre o espaço do museu que, desta vez, se constitui como obra.

Ana Maria Tavares pensa seu trabalho como uma reflexão acerca das noções de natureza e de artifício; sobre espaço e lugar e, sobretudo, da paisagem como uma construção. 'O emaranhamento geométrico ... e assimétrico das imagens e a tonalidade predominantemente verde e cinza das imagens formam uma espécie de floresta artificial', diz o curador, Daniel Rangel.