A poética de Rogério Ghomes, tem como processo criativo inicial suas memórias afetivas, onde, num processo introspectivo o artista revisita suas lembranças pessoais para a produção das suas obras visuais.
Para os trabalhos recentes, produzidos especialmente para a exposição na Galeria Zilda Fraletti, além desse processo, uma nova camada na memória do artista foi restaurada para a poética das obras, no caso a Secretaria de Cultura em especial a Sala Adalice Araújo – MAC PR. Neste local, nos anos 80, Ghomes foi estagiário no setor de conservação e restauro, no período da graduação em Desenho Industrial na PUC PR.
Ao revisitar o lugar, quando convidado à integrar uma exposição coletiva para a 14ª Bienal de Curitiba, as memórias e lembranças daquele período foram intensas e o que seriam apenas registros fotográficos feitos com o intuito de servir como referências do espaço, para posteriormente pensar no site specific, tornaram-se as matrizes visuais para...a nova série de imagens fotográficas.
Imagens que poderiam ser simplesmente registros comuns de um espaço arquitetônico, se potencializaram pelo olhar do artista com questões do restauro contemporâneo, pertinentes da fotografia digital, o uso de recursos tecnológicos e filtros nas edições das imagens, suscita a discussão do real e da imagem construída, memórias pessoais e memórias coletivas.
Fábio Luchiari
Entrada actualizada el el 24 sep de 2019
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