Em um exercício de exploração dos estereótipos associados a representação do corpo da mulher, Aleta Valente utiliza estratégias ambíguas em seu trabalho, muitas vezes reiterando as partituras corporais de posturas publicitárias as quais todos fomos expostos desde a mais tenra idade – seja pela publicidade estampada nas ruas, capas de revistas ou nas tv’s -, e pelas quais balizamos a relação com nosso corpo no mundo. A artista expõe pontos de tensão do imaginário coletivo, produzindo imagens improvisadas que fl ertam com o banal. Com uma potente e irônica reflexão acerca do regime de circulação de imagens em que vivemos, o conjunto da obra de Aleta suscita questões como liberdade sexual, violência, dinâmicas desiguais de classe e a ilegalidade do aborto.