Descripción de la Exposición
Exposição Sou eu que desenhos os meus pontos de fuga, de Daniel Nave, no Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes
Com curadoria de Ricardo Escarduça, até 23 de junho de 2024.
Abrantes, 4 de dezembro de 2023 – A exposição Sou eu que desenho os meus pontos de fuga, de Daniel Nave, com curadoria de Ricardo Escarduça, é apresentada no MIAA – Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes, numa parceria entre a Câmara Municipal de Abrantes e a Coleção Figueiredo Ribeiro.
Sou eu que desenho os meus pontos de fuga reúne uma seleção de obras em técnica mista, escultura e instalação audiovisual criadas no período compreendido entre 1997 e 2023, sem adotar uma abordagem retrospetiva ou antológica.
A exposição está patente até ao dia 23 de junho de 2024, podendo ser visitada de terça-feira a domingo, entre as 10:00h e as 12:30h e entre as 14:00h e as 17:30h, e encerrando à segunda-feira e feriados.
Considerando a presença da temática do espaço construído no corpo de trabalho de Daniel Nave, o curador observa que Sou eu que desenho os meus pontos de fuga incitanos a interrogar a criação assombrosa da cidade e, com mais fervor, o ser que a cria.
Sem adotar as estratégias da representação e da indexação da obra de arte a um referente que reconhecemos por semelhança, no trabalho de Daniel Nave, a cidade é o território especulativo que opera a potência fulminante de um face-a-face íntimo: mais do que o nosso encontro com a presença da obra de arte, o nosso confronto, enquanto ser que conhece e que se conhece, com a persistência dos infatigáveis dilemas e desconcertos da nossa natureza, da nossa relação com o mundo natural e dos mundos artificiais, materiais e imateriais, que erguemos.
Neste sentido, na esfera das relações entre o ser-humano e o mundo natural, podemos instalar a construção de uma cerca protegendo o acesso a uma caverna na classe dos mais salientes e instigantes acontecimentos exordiais. O gesto que, por proceder da sobrevivência, ancora o ser-humano à sua natureza animal é o mesmo que, por anteceder o aglomerado, inflama a desarmonia da relação. No fundo, o que une a rudimentar configuração gruta-horto-muralha e o sofisticado complexo urbano é o dom e o poder com que Prometeu nos favorece.
Os espaços imaginários de Daniel Nave demarcam regiões afetivas, apaziguando formas e forças, luminosidades e mistérios, matérias e ambientes. Vêm tocar-nos a pele e penetrar-nos a carne e, reciprocamente, são o corpo em que nos (re)vemos.
Murmurar-nos-á esta osmose a chave do segredo, o escape da existência artificial?
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Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España