Descripción de la Exposición
A Verve Galeria exibe a exposição “Sentimento do Mundo”, individual do artista carioca Dudu Garcia com texto crítico de Fernando Cocchiarale. A mostra contará com um conjunto de pinturas de pequeno formato e uma instalação no subsolo da galeria. Depois de participar em 2019 do circuito das feiras com a Verve, Dudu Garcia volta a expor na galeria paulistana apresentando a série RA135, toda composta de pinturas inéditas em pequeno formato. O título, uma homenagem ao livro homônimo do poeta Carlos Drummond de Andrade, faz referência às possibilidades narrativas a que estes pequenos fragmentos da realidade podem aludir.
Nas pinturas de Dudu Garcia, as superfícies apresentam-se enquanto lugar do encontro improvável entre o abstracionismo informal e o hiperrealismo. O artista trabalha desta forma sobre o deslocamento de paisagens urbanas despercebidas para o interior de seu trabalho. A ferramenta básica utilizada em sua pesquisa pictórica se dá desta forma através do diálogo entre a ação do tempo e as superfícies. Em suas pinturas, Dudu utiliza materiais orgânicos: pó de pedra, poeira, petróleo, borracha e limo sobre telas de linho, cânhamo e canvas de algodão. Durante a ArtRio de 2019, o crítico Paulo Herkenhoff, que selecionou um trabalho do artista para integrar o acervo permanente do Museu de Arte do Rio (MAR), observou que Dudu “...criou um mecanismo sintético e sofisticado para registrar, através do espaço, a passagem do tempo”.
Desta forma, o artista explora as infinitas possibilidades da sobreposição e criação de texturas, literais e sugeridas, superando restrições do plano bidimensional e oferecendo ao observador um mundo único, atmosférico, imaginado e ilusório, ainda que extraído do mundo real. Nas palavras do curador Fernando Cocchiarale “Dudu Garcia conseguiu produzir um sistema fundado na experimentação das possibilidades poéticas de uma pintura que extrai sua ordem espacial básica das marcas do tempo e dos homens deixadas sobre paredes e outras superfícies reais. Dudu expõe aquilo que o quadro (entendido como janela móvel na Renascença), antes, costumava cobrir (parede). No lugar da janela, partes e fragmentos de paredes.” conclui o curador.
Dudu Garcia
Dudu Garcia vive e trabalha no Rio de Janeiro onde desenvolve sua pesquisa desde 2001. Integrou o grupo de artistas da Fábrica Bhering, tendo sido ele o primeiro ocupante do local. O artista participou de diversas mostras em Museus e Galerias do Brasil e exterior. Dentre elas, destacam-se as exposições no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Museu de Arte Moderna da Bahia, Centro Cultural dos Correios, Paço Imperial; em exposições coletivas nas Galerias Luisa Strina e Nara Roesler, em São Paulo. No exterior já expôs na França (Galerie Debret), Inglaterra (Gallery 32), Bélgica (Tendler Gallery), EUA (Violet Ray) e Japão (Motoazabu Gallery - Roppongi Hills). Suas obras compõem o acervo permanente de importantes instituições como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), Centro Cultural dos Correios, Centro Cultural Cândido Mendes e do Museu de Arte do Rio (MAR). Entre as coleções particulares estão a do Fundo BGA - Brazil Golden Art e o acervo dos colecionadores portugueses Rosário e Paulo Pimenta.
Fernando Cocchiarale
Crítico de arte, curador e professor de filosofia da arte do Departamento de Filosofia da PUC-RJ (desde 1978) e do curso de especialização em história da arte e arquitetura do Brasil, da mesma universidade entre 1983 e 2005. É também professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Autor, com Anna Bella Geiger, do livro Abstracionismo Geométrico e Informal ( Funarte) e de centenas de artigos, textos e resenhas publicados em livros, catálogos, jornais e revistas de arte do Brasil e do exterior. Foi curador-coordenador do programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais, das edições 1999 / 2000 e 2001 / 2002 e Coordenador de artes visuais da Funarte, entre 1991 e 1999; membro de júris e comissões de seleção de mais de 20 mostras e salões tais como o 10o , o 15o e o 16° Salões Nacionais de Artes Plásticas, Rio de 1995 e 1998, respectivamente); e curador independente, entre outras, de exposições tais como O Moderno e o Contemporâneo, Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM-RJ, 1981 (com Wilson Coutinho); Rio de Janeiro 1959 / 1960, Experiência Neoconcreta, MAM, RJ, 1991; O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural, SP, 2005 (com Viviane Matesco); É Hoje na Arte Contemporânea Brasileira, Santander Cultural, RS, 2006 (com Franz Manata), Filmes de Artista, Oi Futuro, RJ (2007), Hélio Oiticica: Museu é o Mundo(com César Oiticica Filho) ItaúCultural, SP; Paço Imperial e Casa França-Brasil , RJ; Museu Nacional do Centro Cultural da República, DF (2010). Entre novembro de 2000 e agosto de 2007 foi curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. É doutor em Tecnologias da Comunicação e Estética pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro; foi, em 2011 curador do Projeto Arte pernambucana Contemporânea do Santander Cultural de Recife (2011); curador da Casa de Cultura Laura Alvim no Rio de Janeiro (2011/2012).