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Sempre às quartas-feiras

Exposición / Galeria Estação / R. Ferreira Araújo, 625 - Pinheiros / São Paulo, Sao Paulo, Brasil
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Cuándo:
20 jun de 2022 - 23 jul de 2022

Inauguración:
20 jun de 2022 / 16 a 21 h.

Comisariada por:
Sérgio Sister

Organizada por:
Galeria Estação

Artistas participantes:
Ana Francisca Martins, Edu Silva, Helena Carvalhosa, Luciana Saad, Roberta Mestieri, Sergio Spalter, Soraia Dias, Suzana Barboza

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Descripción de la Exposición

SEMPRE ÀS QUARTAS-FEIRAS é uma exposição coletiva do grupo QUARTAS - artistas contemporâneos que se conheceram há cerca de 5 anos nas aulas do pintor Paulo Pasta no Instituto Tomie Ohtake, que acontecem toda quarta-feira à noite. Do convívio e do amor pela arte e a pintura nasceu uma amizade, gerando as trocas, as ideias em comum, projetos e finalmente a consolidação do grupo com a realização de exposições periódicas. Ana Francisca Martins/ Edu Silva/ Helena Carvalhosa/ Luciana Saad/ Roberta Mestieri/ Sergio Spalter/ Soraia Dias/ Suzana Barboza são os integrantes do Grupo Quartas, que é diverso em seus trabalhos, mas único como grupo. HELENA CARVALHOSA Ela é paulistana, nascida em 1938, filha de uma mãe de família bem tradicional, Arruda Botelho; e de pai filho de portugueses. De um berço que via nas paredes pinturas de Almeida Jr. E Benedito Calixto. Um avô por cujas mãos já haviam passado joias de Eliseu Visconti e Benito Castañeda. Sempre aproveitou bem as possibilidades de viajar e visitar museus. Sua aproximação com a arte começou com o design, fazendo objetos com restos de ferro, retalhos que viravam joias. Chegou a ser sócia de uma loja conhecida, a AEO Artes e Objetos com o arquiteto Aurélio Flores. Por um anúncio de jornal, foi parar na icônica Escola Brasil, em 1970, onde iniciou seus estudos de arte. Primeiro passo para fazer uma faculdade de Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado(FAAP). Depois, foram experiências com outros cursos de pintura, o primeiro deles com Hélio Cabral, na Pinacoteca do Estado. Mas sempre a perseguiu a necessidade de fazer objetos, os quais a levaram a exposições coletivas no SESC e na Pinacoteca. Pintura mesmo chegou com Paulo Pasta no Instituto Tomie Ohtake com quem aprendeu, segundo ela, unir “emoções e regras”. Foi aí o envolvimento com os amigos mais jovens. Helena faz uma pintura de muito boa qualidade, já vista em galerias prestigiosas como a Millan e a Marcelo Guarnieri. A escolha para esta exposição é de um conjunto de pequenas obras que combinam uma memória material de fundo (traços e pontos sobreviventes de uma outra pintura apagada) com a sobreposição de uma composição delicada, mais ou menos figurativa. Embaixo, uma agitação da matéria quase deletada; em cima, um quase tranquilo jogo entre formas em aproximação tonal e contrastes amigáveis. ANA FRANCISCA Ana Francisca Martins nasceu em Jaú, no Estado de São Paulo, em 1968. Ela descende de uma família muito ligada ao campo: fazendeiros de café, torrefadores e pecuaristas. Mas nem por isso sem um pé nas artes, pois havia ali por perto um tio pintor e uma tia poeta – aliás, a bem ilustre Hilda (de Almeida Prado) Hilst. O interesse pela arte é antigo. Em 1991, aos 23 anos, Ana Fran, como os amigos a chamam, cursou Artes Plásticas na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), em Bauru. Em seguida, mudou-se para São Paulo: a Capital, segundo ela, “desmanchou os pontos cardeais”. Cadê o sol? Cadê aquela horizontalidade do campo? Difícil, mas se acostumou com esse espaço desconhecido, essa forte verticalidade paulistana. Seguiu um roteiro de formação bem qualificado, que incluíram, primeiro, as aulas (grande abertura de horizontes) de Carlos Fajardo; e o curso de história da arte, um dos melhores do País, de Rodrigo Naves. No começo, dedicou-se mais à fotografia e à produção de objetos. A pintura ainda não era o caso. Esta só chegou forte a partir de 2014 com alguns trabalhos geométricos, interiores, casas. O reforço se deu com o ingresso no curso de Paulo Pasta, onde a sua história com o Grupo Quartas teve início. Agora Ana Fran se dedica quase só à arte. Quase, porque a sua ligação com a origem se mantém com uma participação em um empreendimento pecuário em Umuarama, no Paraná. Para esta exposição, escolhemos alguns trabalhos em que a geometria colorida se constrói fisicamente em dobras, com chapas de acrílico sobrepostas. Uma volumetria que é coisa, uma presença física, com sombras reais entre as peças de uma construção. EDU SILVA Edu Silva, o mais jovem do grupo, nasceu 1979 em São Paulo, no entanto viveu no município de Embu das Artes. Ninguém na família tinha qualquer ligação com alguma prática artística e ele não se aproximou do cenário cultural da cidade, conhecida por seus artesãos, ceramistas, pintores e escultores populares. O pai baiano era marmorista e a mãe paraibana, dona de casa. “Fui o primeiro da família a entrar numa faculdade, Propaganda e Marketing, em 2004 na Universidade Paulista (UNIP)”. Mas não concluiu. Faria mais tarde, em 2010, um graduação de Design Multimídia no Senac. Designer, aliás, tornou-se a sua profissão, seu meio de vida, obtido em agência de publicidade e como freelancer. Nesse ambiente ampliou seus conhecimento sobre técnicas, materiais que depois o serviriam à arte. Fazia nas horas vagas do trabalho pinturas digitais. O MASP e a Pinacoteca já estavam em seu caminho. Foi o trabalho na publicidade que pagou a sua primeira viagem à Europa. Viu museus e igrejas na França, Itália, Espanha, Bélgica Reino Unido, Holanda e Portugal. Em Bruxelas, na Bélgica, ganhou de sua amiga artista, tintas e outros materiais artísticos, que o levaram a pintar como um autodidata inspirado pelo cubismo analítico de Braque e Picasso. Não parou: foi procurar cursos de arte e História da Arte - o primeiro com Daniela Bousso, o segundo com Rodrigo Naves, que o aproximou de Paulo Pasta. “ O Paulo ajuda a gente a enxergar o próprio trabalho, uma escavação para ver onde nos situamos”. Daí, o Grupo Quartas. Já fez desde então exposições individuais e teve participação em coletivas. Edu Silva é um pintor basicamente abstrato, mais cor que figuração. Gosta de grandes campos cromáticos. Para esta exposição, a escolha foi por um trabalho quase serial que ele denomina Autorretrato 40, de 2020. Trata-se de um grupo de pequenos retângulos encorpados de papelão ondulado marrom, cuja superfície é pintada de branco para, em seguida, ser irregularmente descamada. Reaparecem pedaços do fundo marrom que se revelam e sugerem sinais da cor da pele negra. LUCIANA SAAD Luciana Saad nasceu em São Paulo em 1967 De uma família de ascendência libanesa, teve estímulos para o desenvolvimento de atividades artísticas desde criança. Seu primeiro professor foi Salvador Rodrigues, pintor acadêmico espanhol, com quem aprendeu a lidar com as tintas. “Ele tirou meu medo da tela branca”. Exigia que o aluno desenhasse antes com o próprio pincel e ensinou que tudo começa e termina na pintura. Teve depois outros professores, sempre com uma aproximação meio acadêmica. Aos 18 anos, com a mãe, iniciou seu interesse pelos museus em um giro pela Europa Entre 1985 e 1988, Luciana estudou Artes Plásticas na FAAP, onde tirou a licenciatura. Nunca parou de pintar- eram ambientes feitos a partir da memória de lugares por onde passou. Casada e com filho, porém, deu prioridade à vida de empresária de variadas atividades: foi vitrinista, produtora de eventos e ainda trabalhou na Câmara Americana de Comércio. Tem na sua lista ainda o design de moda e a participação na fábrica de roupas de acessórios de sua mãe. Casou uma segunda vez com um norte-americano e foi morar em Nova York por dois anos em 1999 e 2000. Aí também visitou museus, todos os museus da cidade. Quando retornou ao Brasil, passou a se dedicar mais às artes: fez curso de gravura com Claudio Mubarac e o bacharelado na FAAP. Paulo Pasta, seu orientador para a conclusão de curso, foi seguido no Tomie Ohtake por quatro anos. “Achei o fio da meada e fiz amigos. Ali nos juntamos, ajudando uns aos outros a construir uma carreira”. Estava no Grupo Quartas. Nesta exposição Luciana mostra pinturas com forte relação expressionista. Toma uma distância dos seres reais, dando-lhes feições muitas vezes grotescas, várias vezes caricaturais e divertidas –sempre estranhas. Há uma familiaridade com o anglo-belga James Ensor. Ao lado dessas telas, pinturas em papel, que lembram esboços para um figurino de cinema ou de teatro – aquele seu laço com a moda. ROBERTA MESTIERI Roberta Mestieri também é paulistana, nascida em 1969. Mora atualmente em Berlim. Ela diz que desde criança se entendia como artista. Na infância via com atenção a mãe, descendente de italianos, que gostava de pintar e de estudar filosofia. Dava até aulas de pintura em casa. Conta, porém, que se tratava de uma família complicada que um dia perdeu tragicamente um filho, teve uma filha adolescente dependente de drogas que engravidou duas vezes e o pai, alcóolatra, que ficou muito fragilizado economicamente. Isso levou Roberta a procurar sempre alguma coisa prática e segura para ajudar no seu sustento. Logo que teve idade, estudou e prestou concurso público para analista tributária da Receita Federal. Em 1988, aos 23 anos, foi fazer faculdade de letras portuguesas na Universidade de São Paulo. Ao mesmo tempo, fez cursos de teatro para se tornar atriz, trabalhando com Claudio Luchessi e Chico de Assis. Fazia ainda suas pinturas e seus desenhos, mas só para si própria. Demorou muito – o tempo de uma terapia - a aproximação mesmo com a pintura. “Em 2014 fui atrás de alguém para me orientar, quando me falaram de Paulo Pasta”, lembra ela. ”Mudou tudo”. Tornou-se uma das incentivadoras dos encontros da quartas-feiras na Lanchonete da Cidade. “Um vê o trabalho do outro, a gente amadurece junto”. Em 2017, aposentada da Receita Federal por motivo de saúde e com a ajuda do ex-marido, mudou-se com os filhos para a Alemanha, terra de seus avós paternos. De lá, inscreveu-se em residências na Bulgária e na Sérvia e não parou mais de pintar. O trabalho de Roberta Mestieri é abstrato. Aqui, apresenta, entre outras, algumas pequenas telas com forte presença material: em geral, um fundo azul marcadamente horizontal, como linhas, sobre o qual se aplicam curtas camadas grossas de tinta. Como espectros de pássaros. SERGIO SPALTER Sergio Spalter, nascido em São Paulo em 1963, via seu pai arquiteto projetando, pintando e tocando violino. Era um daqueles poloneses muito voltados para a cultura, que se casou no Brasil com uma carioca de origem igualmente judaica do Leste Europeu. O jovem quase foi para a arquitetura, mas deu uma guinada inesperada e desembarcou na medicina. Seu interesse era a pesquisa em imunologia. “Sempre quis entender o que é a ciência, mas também nunca deixei de pintar e ainda experimentei o teatro”. Foi a medicina que acabaria abrindo, indiretamente, novos horizonte para a arte. Primeiro foi à França e depois aos Estados Unidos, um ano em cada país, para trabalho em laboratório e sistemáticas visitas a museus. Em Paris criou o hábito de ir todas as quartas-feiras ao Louvre. Nos Estados Unidos por um ano o levou a Paris por um ano e outro ano para New York. Trabalhou em laboratórios, fez curso de antroposofia e visitou muitos museus. Ia todas as quartas ao Louvre. Em Nova York ainda fez aulas de escultura em cera na National Academy School of Fine Arts. Sua aproximação com a arte foi se ampliando. Estudou desenho com Carlos Fajardo e pintura com Marco Gianotti. Em 2008, com 45 anos, resolveu se inscrever no curso de Paulo Pasta no Instituto Tomie Ohtake. Foi um salto em seu desenvolvimento que resultou na abertura de espaço para expor. Fez duas individuais na Galeria Virgílio e várias coletivas, inclusive na 31ª edição da Chelsea International Fine Art Competition (Nova York), em que foi selecionado e ainda levou o prêmio. Sergio contínua praticando a medicina como pediatra até hoje. Casado com uma médica com quem teve três filhos, ele agora quer viver também de arte. Não foi fácil selecionar as obras para esta exposição, pois ele tem ido em direções variadas. Há um interesse agora por temas ligados ao seu passado judaico do Leste Europeu – especialmente expressivas figuras humanas; e há também uma grande habilidade na realização de paisagens. SORAIA DIAS Soraia Dias nasceu em Taubaté, no Estado de São Paulo, em 1967. É arquiteta, com rica experiência em urbanismo. Formou-se pela Universidade de Taubaté (UNITAL), criada pela prefeitura da cidade. A arte já estava aí presente: cursos, oficinas, história. “Sempre tive vontade fazer, de mexer, mas não via muito futuro para mim. Mas seu interesse se concentrou mesmo em urbanismo e, especialmente, em saneamento e projetos de moradias populares. Depois de formada, teve uma experiência marcante na gestão de Luiza Erundina da Prefeitura de São Paulo (1989-1992), esta ainda no Partido dos Trabalhadores. Mudou-se em 1992 para Santo André, no ABC paulista, trabalhando com planejamento e gestão em desenvolvimento urbano na região. Morou em Santo André por 27 anos, até 2019, quando se mudou de volta para a Capital. Soraia nunca deixou de dedicar algum tempo às suas atividades em artes. Participou de diversos cursos livres, oficinas e fez acompanhamento de processos na Casa Contemporânea Mas a ligação só começou a ficar séria a partir de 2014, quando foi fazer o curso de Paulo Pasta no Tomie Ohtake. “Percebi que tinha que me dedicar mais, mas também não podia deixar de tocar o trabalho de urbanismo em Santo André para ganhar a vida”. A história, daí para a frente, não é muito diferente da dos demais integrantes do Grupo Quartas. Teve então a oportunidade de entrar em salões e participar de exposições. Em 2019 retornou à Casa Contemporânea. Do professor Pasta ela não largou até hoje. As pinturas escolhidas para esta exposição, incluem o desenvolvimento de uma pintura muito simples e sensível de uma caneca, explorando a dissolução da imagem para recompô-la em formas e relações de cores. O clima é semelhante ao de outras de suas pinturas, um tanto de intimismo- ambientes internos silenciosos mas sempre com algum sinal de que seres humanos andaram por ali. SUZANA BARBOZA Suzana Barboza nasceu em São Paulo em 1970 em um ambiente que desde cedo estimulava as crianças a desenvolver o gosto pela arte. Frequentou cursos de pintura com uma base bem acadêmica; e teve aulas de desenho mais abertas a outras formas de fazer a arte. Escolheu, não sem motivação artística, a arquitetura. Formou-se pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU) em 1994. Durante o tempo de estudante fez alguns cursos muito bons que ajudaram bastante no seu desenvolvimento. Ela gosta de lembrar o da artista Leda Catunda, nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade; e o de Arnaldo de Melo, cenógrafo, pintor e designer gráfico. Foi muito importante para ela o estudo da fotografia Pouco depois de se formar na faculdade, em 1995, Suzana foi para os Estados Unidos, onde morou até 1998. Apesar de praticar a pintura nesse período, seu objetivo aí nada tinha a ver com artes plástica. Trabalhou na cozinha de um restaurante em Vero Beach, na Flórida, uma praia muito bonita e prestigiada. Em todo caso, não apenas tinha em Vero Beach um mais que razoável museu de arte moderna, como foi possível viajar para Nova York para conhecer os grandes museus da cidade. Suzana disse que foi ali que viu pela primeira vez um Van Gogh e um Rothko, dois de seus artistas preferidos. De volta ao Brasil, ela passou a trabalhar como designer gráfica e foi diretora de arte de uma agência de publicidade. E fez uma porção de outros cursos que incluíram os de Dudi Maia Rosa, Noemi Jaffe, Sergio Niculitcheff, Rodrigo Bivar, Roberta Tassinari e Carolina Paz. Com Paulo Pasta começou em 2012. Está com ele até hoje. Suzana Barbosa mostra suas pinturas abstratas compostas por esferas coloridas. Eles são o centro o jogo da cor, a atração para o olhar. O fundo não é passivo: ao contrário é as vezes agitado, ás vezes calmamente planar, dividindo por uma linha do horizonte. Mas é sempre um espaço ou um envoltório para as esferas luminosas. --------------------------------------------------- O que me interessa sobretudo aqui é a luta e organização dos artistas para entrar no sistema de arte. É fazer exposições, conseguir uma galeria, fazer-se visto pela crítica, pelo público e pelos colecionadores para, enfim, viver de seu trabalho. O Grupo Quartas é um exemplo disso. É claro que as suas obras também contam. Pois não adianta conseguir chegar ao proscênio e não ter nada de qualidade para mostrar. Aliás, meu critério para esta exposição foi escolher, segundo eu acredito, alguns dos melhores trabalhos de cada um dos oito integrantes da turma. Já faz um bom tempo que os artistas da visualidade - pintores, escultores, gravadores – foram deixados ao deus dará. Na modernidade burguesa, deixaram de ter as guildas, as igrejas, os reis ou mesmo os ateliês dos mestres nos quais se desenvolviam e se amparavam. Ficaram sozinhos para se informar, sacar ideias e ganhar a vida. Ganharam individualidade, liberdade, mas perderam o encosto. Basicamente, eles têm que ir atrás do dinheiro para pagar o aluguel do ateliê, comprar os materiais necessários ao engenho da arte e ainda dar um jeito para o resto das contas. Como um trabalhador autônomo qualquer, é verdade, mas em um mercado bem complexo, cheio de meandros muitas vezes de pura subjetividade. Basta lembrar algumas linhas sensíveis das cartas de Van Gogh ao irmão Theo, em que ele fala do projeto de formar uma comunidade de artistas. Trocas de avaliações, amizade e ajuda mútua. Não deu certo nesse caso, mas muitas vezes o projeto vingou – alguns deles resultando mesmo em poderosas vanguardas e grupos experimentais. O sistema é complicado. Pois bem, o Grupo Quartas está fazendo isso há pelo menos sete anos. Seus membros se conheceram nas aulas do pintor e professor Paulo Pasta no Instituto Tomie Ohtake. Todos foram para lá para começar alguma coisa, ainda sem saber direito o quê; ou para desenvolver algum trabalho já em curso. Uns bem verdes, outros já mais maduros, mas todos querendo o olhar arguto, experiente e esclarecedor do mestre. Eles testemunham que Pasta consegue dar nome e direção ao potencial de cada um. Depois da aula, às quartas-feiras, vários desses alunos passaram a esticar a jornada na Lanchonete da Cidade, em frente ao Tomie. Conversa de tudo, inclusive de arte. É aqui que aparecem as trocas de informação sobre editais para exposições, salões, galerias, outros cursos, materiais – e se desenrola a amizade. Amizade de pessoas de mundos variados que incluem gente negra e branca, de origem árabe, cristã ou judaica, italiana e portuguesa. É justo com Helena Carvalhosa, a artista mais experiente do grupo que podemos começar a apresentação dos integrantes do Quartas. Sérgio Sister


Entrada actualizada el el 15 jul de 2022

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