Descripción de la Exposición
Verso da canção Anna Bella (2006), de Antonio Cícero e Marina, inspira a coletiva que marca o início do trabalho de Marcus Lontra Costa como diretor artístico do espaço de arte na Gávea. A mostra reúne trabalhos de diferentes linguagens e campos poéticos, de artistas de várias gerações e regiões brasileiras: Anna Bella Geiger, Carlos Vergara, Nelly Gutmacher e Manfredo de Souzanetto – que já fazem parte da história da arte no país –, Marçal Athayde, Josafá Neves, Geraldo Marcolini, Christus Nóbrega e Fernando Lindote, que agora passam a ser representados pela galeria, e Jorge Guinle(1947-1987) e Glauco Rodrigues (1929-2004), de quem a Danelian é responsável por seus legados artísticos.
A Danielian Galeria apresenta a partir de 12 de dezembro de 2020 a exposição “Sempre é de novo a primeira vez” que marca o início do trabalho de Marcus Lontra Costa como diretor artístico do espaço de arte na Gávea. Junto com o curador-adjunto Rafael Peixoto, ele selecionou trabalhos de onze artistas, “de diferentes linguagens, campos poéticos, gerações e regiões do país”: Anna Bella Geiger, Carlos Vergara, Nelly Gutmacher e Manfredo de Souzanetto – “que já fazem parte da história da arte brasileira”, salientam – Marçal Athayde (1962), Josafá Neves (1971), Geraldo Marcolini (1969), Christus Nóbrega (1976) e Fernando Lindote (1960), representados pela galeria, e de Jorge Guinle (1947-1987) e Glauco Rodrigues (1929-2004), de quem a Danelian é responsável por seus legados artísticos. Os curadores destacam que a exposição estabelece “diálogos e conversas curatoriais entre muitas áreas da produção artística atual brasileira”, afirmam.
O título da exposição é retirado de um verso da música “Anna Bella”, de Antonio Cícero e Marina Lima, lançada em 2006. Na canção, a dupla de irmãos descreve uma conversa imaginária com Anna Bella Geiger. “O verso aparece como inspiração primeira dessa exposição coletiva que se desenvolve a partir de uma homenagem à Anna Bella Geiger, para mim é a mais importante artista brasileira viva”, explica Marcus Lontra Costa.
Ele explica que a exposição reforça a proposta da Danielian Galeria de atuar com artistas de diversas gerações, e também em sintonia com seu trabalho como curador ao longo dos anos. “Desde a exposição ‘Como vai você, Geração 80?’, em 1984 (a primeira que organizou) até os dias de hoje, sempre acreditei que a arte brasileira deve refletir a pluralidade estética e cultural do país”. “Sempre defendi que um país complexo e rico como o Brasil deve ter igualmente uma arte complexa, rica e diversificada”, conta. “Durante toda minha trajetória profissional sempre procurei sair do eixo dominador econômico da arte brasileira que é o eixo Rio-São Paulo. Fiz trabalhos em Brasília, Salvador, Recife, entendendo que é a partir desta compreensão e desta apropriação de todas as experiências de todas as regiões brasileiras que se consegue retratar e refletir o Brasil”. Ele acrescenta que esta percepção está muito presente em seu trabalho como curador do Prêmio Marcantônio Vilaça, onde “procuramos o olhar nacional, valorizando os artistas de Rio e São Paulo, mas também das diversas regiões brasileiras”.
Assim, a exposição “Sempre é de novo a primeira vez” propõe mais do que uma linha curatorial de sentido estrito, e sim “a implantação de um campo de reflexão e de pensamento”. Marcus Lontra Costa destaca que se interessa “em propor conversas e diálogos, ao invés de trazer relações fechadas entre essas diferentes abordagens poéticas”.
ARTISTAS E OBRAS
Além da pintura “Burocracia” (1998), estarão de Anna Bella Geiger três trabalhos inéditos que ela produziu durante a quarentena, no Rio de Janeiro, que integram a série “Rose Sélavy”, iniciada em 1997. Nesses trabalhos novos, a artista faz interferências em três páginas de um jornal. “O aspecto referencial também é parte fundamental de toda a trajetória artística de Anna Bella”, observam os curadores. “Mas para além disso Geiger também discute as relações e tensões entre corpos e espaços políticos, culturais e físicos”.
Para os dois curadores, “a questão do corpo como território tanto de manifestação artística e política como suporte para a ação poética está presente também nas obras de Nelly, Jorge Guinle e Josafá, em que o corpo é um espaço de ação e resistência.
“As noções tradicionais da paisagem se ressignificam em obras como as de Manfredo e de Vergara, em um processo de desfragmentação e de recomposição material. Enquanto Marcolini traz piscinas vazias e cheias de reflexos, Marçal flagra, como um flâneurde zonas periféricas e do Centro do Rio, cidade fragmentada e caótica, como um caleidoscópio da urbe carioca. Lindote e Glauco se relacionam através de um conceito artístico carregado de referências históricas, numa provocação a respeito do lugar do sujeito no mundo. Os trabalhos de Christus Nóbrega resgatam fotografias que, costuradas e puídas, surgem como farrapos de memórias”, destacam.
CENÁRIO PANDÊMICO
Marcus Lontra Costa e Rafael Peixoto salientam que questões como “a relação entre o sujeito e o espaço, entre os corpos e os territórios, fazem parte de um questionamento amplo que vem desde a modernidade, e que no atual cenário pandêmico essas inquietações alcançam desafios ainda mais desconhecidos”.
“Os diálogos poéticos que surgem na relação dessas diferentes manifestações artísticas sugerem um deslocamento constante entre os corpos e territórios. São apropriações, corporificações, reflexos, abstrações e fragmentações que atravessam de diferentes formas a produção desses artistas e que o olhar curatorial, como linha que costura sem arrematar, aponta como manifestação pulsante das reflexões artísticas atuais”, comentam.
Marcus Lontra Costa e Rafael Peixoto assinalam que “o ambiente curatorial dessa mostra, mais do que propor conclusões e conceitos, sugere a instauração de um campo de reflexão e pensamento como parte de uma necessidade cultural que urge”.
Exposición. 17 dic de 2024 - 16 mar de 2025 / Museo Picasso Málaga / Málaga, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España