Descripción de la Exposición
De tantos em tantos segundos, o músculo que levanta a pálpebra superior liberta-se, enquanto um outro age de forma involuntária. Os olhos fecham-se. A pálpebra é levantada pelo músculo contraído, por momentos expondo o olho à luz mais uma vez. Desta maneira, uma mancha negra é inserida na nossa percepção contínua do mundo durante cerca de 300-400 milissegundos — um corte abrupto para preto repetido 15 a 20 vezes por minuto. A constante embora amplamente imperceptível interrupção de visão serve claramente para lubrificar e limpar o olho. Este abrir e fechar é também um reflexo de protecção, uma reacção de sobressalto a um som alto, ou a algo que se aproxime da nossa cara. Nada disto é aleatório ou particularmente óbvio. (...) Podemos cegar com a escuridão; ou podemos cegar com demasiada luz. Safelight de Igor Jesus confronta a maneira como a visão técnica medeia tais excessos no registo de comprimentos de onda de luz, mediando-os através de uma série de efeitos técnicos. Um feixe de luz programável usado em contextos teatrais ou discotecas desenha um caminho circular, coincidindo aleatoriamente com a abertura de uma câmara. No cruzamento destes dois dispositivos ópticos, resulta uma imagem preta densa, instável até o feixe se mover mais uma vez no seu caminho errante. Demasiada luz apaga a imagem para preto, o feixe é apenas visto quando os seus fotões são redireccionados para outro lugar. A câmara pisca e gagueja, sobrecarregada. Se a amplitude percepcionada de um som é demasiada para o ouvido humano, de forma análoga, o resultado é frequentemente também o fechar dos olhos. A luz regista os limites da velocidade do obturador, os artefactos desses limites são vistos como distorções, cintilações, ou auréolas coloridas
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España