Descripción de la Exposición
Embora Ronaldo do Rego Macedo aspire ao desaparecimento, em sua virtuosa poética pictórica – interessada na invisibilidade do silêncio, do vazio… –, o vigor impresso à fatura de suas telas resulta em espaço e presença pulsantes. Há nela tal frescor que, por vezes, parece sugerir sabor à sua pintura.
“Gorda” (cada vez mais e mais próxima da escultura, dada à espessa camada de óleo de suas bordas), emoldura algo que não se conclui. Algo fugidio, ambíguo… que fica à sombra. Que tende a desaparecer, a afundar… não como mero écran, mas como espécie de abismo…
Incerta, sua pintura é soma de oscilações rítmicas de movimentos e tons. Melhor dizendo: cores… que são fabricadas pelo artista, por misturas diversas, cujos matizes se alteram a cada repasse do pincel, da mão… conforme o tamanho e a intensidade de seu gesto, enfim.
Espiritual, ela convoca à contemplação, à maneira dos pioneiros da arte abstrata: Mondrian, Kandinsky, Malevitch…
Conflitante, ela não é tão somente vibração. Mas acima de tudo dialética, ela é reflexão.
Apesar das surpresas resultantes de seu processo poético, não se trata de uma pintura meramente expressiva ou casual. Ronaldo bem sabe o que deseja fazer, ao enfrentar a vastidão da tela em branco. Das cores, dos tons, direções, espessuras, assim como dos pincéis, trinchas e vassoura, à realização dos recortes e apagamentos de planos, tudo é por ele previamente elaborado. Antes contempla, imagina, planeja, experimenta, ensaia, escolhe e, finalmente, executa seus planos resultantes da extensão de seu gesto.
Um quê de arquiteto; outro, de maestro; um tanto de coreógrafo e muito de poeta, o pintor articula vocabulários de espaços, ritmos, movimento e cerdas, interligadamente. Se seu gesto tropeça em si mesmo, ele retoma o correr da pincelada no ponto de interrupção e, mesmo que não tão liso, conclui o movimento desejado, feito dança que dá origem à escritura de sua fatura – que é tão fluida quanto densa, dependendo do plano que o nosso olhar tome como referência. Mas, sobretudo, uma fatura que parece ser um corpo e, como tal, ser viva!
Exposición. 13 dic de 2024 - 04 may de 2025 / CAAC - Centro Andaluz de Arte Contemporáneo / Sevilla, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España