Descripción de la Exposición
RIVVA é a proposta de curadoria feita por Pablo Berástegui Lozano, que traz consigo um rico background. Já esteve à frente do Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais PHotoESPAÑA, onde permaneceu entre os anos 2000 e 2007, foi um dos responsáveis pela consolidação do Matadero de Madrid, e atualmente vive na cidade do Porto onde criou o projeto artístico dedicado à fotografia “Salut au Monde”, que completa três anos em fevereiro.
Desafiado a criar uma curadoria para o projeto de exposições “Outros (novos) Portos”, Berástegui Lozano apresenta-nos um trabalho que nasce da partilha e da colaboração, e sobretudo, da alusão ao “tempo da alteridade”. Apostando em artistas jovens e proporcionando um espaço de (novas) reflexões acerca da inesgotável transformação dos organismos vivos, propõe uma mostra que perpassa por questões de género, de identidade e de temporalidade.
A protagonista, Rivva, capturada pelas lentes da artista Elisa Azevedo, num misto de intimidade e cumplicidade, é vista como co-autora desta experiência vivida entre ambas. A ação foca-se na representação de um tempo partilhado entre as duas amigas. E o curador enfoca o olhar para esta transformação vivenciada pelo corpo da protagonista como uma metáfora das mudanças das próprias cidades, entendidas como organismos vivos, em constante mutação.
O curador remete ao texto do filósofo Byung-Chul Han, “A expulsão do distinto”, em que dedica um capítulo a destacar a importância do escutar. “Uma habilidade cada vez menos frequente, que rompe com o narcisismo que se tornou uma característica essencial de uma sociedade marcada pela hiperprodução e pelo recurso ao “eu gosto”. Ao que complementa, “Elisa Azevedo não parece ter problemas para ouvir ou prestar atenção no outro. Seu olhar é vagaroso, apesar de sua juventude. Ela não mostra necessidade de marcar seu território, ou de seu trabalho artístico, mas o abre para a amiga, libertando-a de sua alteridade, como diria Han. "A escuta tem uma dimensão política", acrescenta o filósofo.
É de destacar que juntam-se ao projeto, Diana Excel que se define como artista trans pop-apocalíptica, e que criará uma sonoplastia para a exposição, assim como na noite de abertura fará uma sessão de djset no salão nobre. E Mara Flora, que vem do Design de Moda e tem autoria sobre algumas das peças usadas pela Rivva e Elisa no desenvolvimento do seu projeto, e que na exposição lembram da importância da moda na construção das nossas identidades..
Depois de quase dois anos de pandemia, o projeto de exposições “Outros (novos) Portos” não só quer continuar, como quer sair mais vezes de portas. Entrelaçar conexões entre muitas cidades-culturas e os agentes destas malhas pulsantes. Ampliar o debate ético e estético nas artes. Fomentar a partilha e a colaboração do repertório de experiências entre esta rede e os seus públicos. Movimentar para transformar, constantemente, num gesto que se quer ininterrupto. Quer atravessar e ser atravessado por todas as cidades que de algum modo tocam esta programação: Porto, Madrid, São Paulo, Minas Gerais, Lisboa, Guimarães, Vila Real, entre outras. Movimentar para transformar, constantemente, num gesto que se quer ininterrupto
É de se destacar que passam por esta sala durante este ano as propostas curatoriais da dupla de artistas sediados em Lisboa, Sara & André que convidam a expor os artistas Ana Manso & João Marçal; à Galeria Ocupa, projeto experimental cujo dispositivo expositivo é um antigo talho, junta-se os artistas Ángela Jiménez Durán & Marlon de Azambuja, sediados em Madrid para criar uma proposta cruzada entre o espaço no Bonfim e a nossa sala no Maus; e por fim, Marta Mestre, atual diretora artística e curadora do CIAJG, recém chegada de sua experiência em terras brasileiras, aceitou o desafio de propor uma exposição que conecta as salas portuense e vimaranense.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España