Descripción de la Exposición
A partir deste sábado, dia 28, a Zipper Galeria apresenta a exposição “Rituais da Complexidade”, individual do artista Fernando Velázquez.
Em “Rituais da complexidade”, o artista investiga os vieses da inteligência artificial a partir de uma perspectiva decolonial.
A individual inclui uma instalação interativa inspirada no Oráculo de Ifá (Jogo de Búzios). Os visitantes são convidados a consultar um oráculo de inteligência artificial, por meio do envio de mensagens pelo aplicativo Telegram.
"Em um momento de crise civilizatória como o que atravessamos se faz necessário recorrer ao auxílio dos saberes ancestrais para buscar alternativas para a sobrevivência da espécie”, comenta o artista.
A crença de que a tecnologia seria capaz de resolver todos os tipos de problemas tem nome: tecnosolucionismo. Para o artista, “as narrativas que modulam o imaginário coletivo nesta direção, nem sempre transparecem o quanto tecnologias e dispositivos trazem embutidas as visões de mundo e as ideologias daqueles que as criaram”. E é sobre estes aspectos que Velázquez, agora, se debruça.
Dentre milhares de imagens criadas pelos algoritmos manipulado por Velázquez, quatro delas foram transformadas em esculturas. O processo compreendeu modelagem digital para dar tridimensionalidade aos objetos originalmente em duas dimensões, impressão 3d e acabamento artesanal com técnicas de restauro. Desta maneira, imagens criadas por um algoritmo de inteligência artificial se materializam em objetos arqueológicos de um passado que nunca existiu.
Velázquez comenta que trabalhar com esculturas gregas e máscaras rituais africanas diz respeito à vontade de “hibridizar” matrizes de pensamento": "A tecnologia não respeita os limites do território, precisamos de máquinas e algoritmos que operem da maneira a incluir as matrizes culturais de todos os povos do planeta”.
Sobre o artista
Fernando Velázquez (Montevidéu, Uruguai, 1970) é artista multimídia. Suas obras incluem vídeos, instalações e objetos interativos, performances audiovisuais e imagens geradas com recursos algorítmicos. Explora a relação entre natureza e cultura, colocando em diálogo dois tópicos principais: as capacidades perceptivas do corpo humano e a mediação da realidade por dispositivos técnicos. Se interessa pelo cruzamento da arte com outras áreas do conhecimento como a ciência, a filosofia e a antropologia visual.
Texto crítico: Hanayrá Negreiros
Hanayrá Negreiros é pesquisadora em moda, cultura e práticas curatoriais. Mestre em Ciência da Religião (PUC-SP), possui como principais áreas de estudo estéticas negras que se manifestam por meio do vestir, da cultura visual, religiosidades e memórias de família. Atualmente é curadora-adjunta de moda no MASP e assina a coluna digital Negras Maneiras na ELLE Brasil.
Exposición. 12 nov de 2024 - 09 feb de 2025 / Museo Nacional Thyssen-Bornemisza / Madrid, España