Descripción de la Exposición O atual panorama da arte contemporânea sugere menos crenças cegas a modismos e maior interação entre meios. Artistas de toda ordem se esmeram em tornar cada vez mais tênues as fronteiras entre técnicas, suportes e linguagens. O hibridismo, ou seja, a possibilidade de criar pontos de contatos vindos do cruzamento entre várias esferas da arte se tornou um específico e renovado espaço poético. Em Ritmo e Gesto, Rogério Medeiros tensiona ao máximo a relação entre o pictórico e o fotográfico, articulando prática poética na qual os conceitos se opõem, se contaminam e se mesclam com envergadura e vigor para criar uma obra limítrofe entre pintura, fotografia e gravura. Passado cerca de um século do auge do Pictorialismo, Medeiros retoma certas discussões da época para atualizá-las em face do estado atual da arte e da possibilidade de interferir na nossa percepção visual contemporânea de forma pontual. Diferente de outrora, porém, em Ritmo e Gesto a fotografia não revisita as especificidades da pintura para se legitimar como expressão artística, questão essa já superada há muito, mas sim para criar uma tensão, um hiato, um inesperado flanco descoberto no intervalo entre as duas formas de expressão. A fotografia neste estado de suspensão das coisas ativa o seu dom de iludir e de transfigurar o signo para demonstrar, a golpes de luz, que a experiência do olhar pode ser infinitamente mais ousada e estimulante do que o mundo das aparências normalmente nos faz perceber. O gesto do artista como agente transformador. Medeiros apresenta em paralelo, no MACRS, parte da série 'Entre a Terra e o Mar' (1998-2002), que precedeu Ritmo e Gesto. A coerência de sua investigação pelas filigranas da textura, do desenho e da composição, podemos atestar, já se encontravam em pleno processo de maturação.
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España