Descripción de la Exposición
A Adelina Instituto abre a temporada de ateliês abertos com exibição dos processos de pesquisas das duas artistas que fazem parte da primeira fase da segunda edição da Residência Adelina. A artista mineira Raylander Mártis e a equatoriana Ana Vela dividem o espaço dos ateliês e expõe ao público seus processos e pesquisas. Apesar de temas diferentes, as duas encontram pontos de similaridade para trocas.
A ideia dos Ateliês Abertos é proporcionar aos artistas uma troca maior com o público durante o seu processo de criação, uma vez que o espaço poderá ser visitado no horário de funcionamento do instituto, assim como acontece com uma exposição. E os frequentadores do espaço poderão acompanhar as artistas trabalhando, interagir com elas e entender mais as pesquisa e obras.
Raylander Mártis é uma artista negra e transgênere e suas obras estão ligadas aos dois temas, bem como à constante busca de identidade. A Performance, a palhaçaria e a escrita dão o apoio a artista. Na Residência Adelina, o seu projeto será desenvolvido a partir do livro Mestiça, escrito por Gilda de Abreu em 1944. O livro serviu de base para que o Circo Nerino montasse a peça de circo-teatro Mestiça, "a mais brasileira das peças brasileiras", que circulou o país e foi um dos sucessos da companhia de circo, que nasceu no Recife. “Ainda estou estudando como trabalhar os temas. Mas minha ideia é pensar a história do Circo Nerino, junto com Mestiça para expor as fissuras que permeiam esse país desde o período colonial”, explica.
A influência do discurso hegemônico eurocentrado na região latina também é uma base do trabalho de Ana Vela. Ela traz para a Residência Adelina sua personagem La Reina Hispana que canta, uma crítica à exploração de tradições equatorianas aliada a uma romantização da colonização espanhola. Além de mostrar ao público um pouco do histórico da personagem e algumas performances que realizou em Cuenca, cidade equatoriana em que vive, Ana também está em busca de intersecções de características culturais entre Brasil e Equador e deve realizar aqui algumas ativações de sua rainha. Outro tema que deve guiar sua pesquisa são as tensões entre o feminino e as tradições do patriarcado.
Sobre os artistas
Ana Vela (Cuenca, 1986) Vive e Trabalha em Cuenca – Equador. Formada em Artes Plásticas, sua obra aborda temáticas relacionadas às construções identitárias da América Latina buscando representar e questionar as tensões que se experimentam nas subjetividades que emergem na hegemonia cultural de matriz eurocentrista. A artista trabalha com as linguagens da performance, centrando a obra em seu corpo, seu ver, seu estar e sua extensão para/na sociedade latino-americana. Tem feito incursões no campo da gestão cultural, com redes de homens e mulheres que manejam os saberes ancestrais do Equador, dessa abordagem desenvolve um trabalho que incorpora conhecimento da ancestralidade andina e o enfoque de gênero a sua produção artística.
Tem realizado estudos de pós-graduação em Buenos Aires – Argentina, participado de exposições coletivas e individuais tanto em seu país natal, como na Argentina. Dentro de sua experimentação artística tem trabalhado com técnicas como ilustração, cerâmica, vídeo, arte objeto e outros. Atualmente pretende estender seu trabalho a cenários internacionais
Raylander Mártis (João Monlevade, MG, 1995.) Atualmente vivendo em deslocamento. Em sua prática artística Raylander procura estabelecer um diálogo entre a história coletiva e a sua própria história, o que tem chamado de prática em coralidade, envolvendo grupos de pessoas para colaborações e experiências de aquilombamentos. Com formação em palhaçaria clássica, bacharelado em Artes Visuais pela UFMG e Arte e Multimédia pela Escola Superior Gallaecia, entende sua atuação como um fazer interdisciplinar. Vem recorrendo com frequência aos saberes da escrita, performance e palhaçaria como forma de compor um maquinário verbal, corporal e ético para discutir as urgências de raça, classe e identidade que a fundam. A história do choro e suas implicações de gênero; a cultura popular e tradicional no Brasil, como o carnaval e o circo; a vida e morte de artistas, bem como sua precária experiência de existir dentro do aparelho cultural e projeto neoliberal são alguns dos de seus interesses mais específicos, derivados dessas urgências maiores. Apresentou projetos em instituições como o CCSP, Instituto Tomie Ohtake, Galeria Aura, Centro Cultural UFMG, Fundação Bienal de Cerveira, Fundação Museu do Futuro, Galeria Quartoamado, Centro Cultural Salgado Filho e Área Panorâmica de Tui.
Exposición. 10 ago de 2019 - 14 sep de 2019 / Adelina Instituto / São Paulo, Sao Paulo, Brasil
Exposición. 17 dic de 2024 - 16 mar de 2025 / Museo Picasso Málaga / Málaga, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España