PAISAGEM VS ESTÚDIO Um lugar difícil torna-se um estúdio fotográfico. Estamos no exterior: o estúdio fotográfico de Antonio Pérez em Agbogbloshie. Pérez aborda o caos de uma maneira subtil, uma zona de luzes e sombras. Ele introduz a sua pequena "armadilha" e tenta ordenar esse caos. A nova etapa facilita a elisão das fronteiras entre modelos e fotógrafo, entre paisagem e estúdio, um lugar que temporariamente adquire uma nova utilização: contemplar, posar. O lugar mais contaminado do continente africano, uma lixeira do oeste localizada longe das suas fronteiras que significa para outros, um local de trabalho. DENTRO DO CAMPO E FORA DO CAMPO, o fotógrafo tenta isolar o olhar do modelo no seu estúdio portátil e consegue assim confrontar o lugar (uma paisagem), com o fator fotográfico (um estúdio). Um lugar devastador que oferece uma enorme distância entre espetadores e modelos. Um jogo recorrente para o fotógrafo, que simultaneamente se...conecta a vários mundos e estabelece uma estreita relação entre o que acontece nas diferentes fotografias, entre o que está dentro e fora do campo. Ao oferecer um ponto de vista mais amplo, ele inclui o que talvez não deveríamos ver, oferecendo vários foco de atenção, tornando a leitura mais complicada. ̈"RECYCLING" Uma paisagem repleta de detritos recebe uma nova utilização. O ato de reciclagem, que é tão altamente reconhecido no Ocidente, mostra o seu lado mais pobre aqui. A fotografia de Antonio Pérez foca-se numa estrutura da qual o primeiro mundo foge. A ideia de dar um novo uso a algo que os outros consideram obsoleto não aparece nestas imagens. Tudo sugere um lugar doente, onde o fotógrafo faz uma pausa por alguns instantes para lançar sobre ele um olhar reciclado, embora se possa parecer mais com um sonho, ou um drama teatral ou até um momento de descanso. Este é um ato de reciclagem que contamina e que é difícil de digerir.
Entrada actualizada el el 02 oct de 2019
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