Descripción de la Exposición
Galeria Jaqueline Martins anuncia exposição online em que o espaço físico da galeria, atualmente fechado ao público, é ponto de partida para especulações virtuais.
As regras que normalmente se aplicam nos espaços de exibição foram suspensas neste ambiente digital. Uma fogueira está em chamas no centro da sala expositiva enquanto um fantasma, captado pelas câmeras de segurança, passeia entediado no espaço vazio da galeria.
QUE VÃO QUE VEM seleciona trabalhos recentes do artista pedro frança (Rio de Janeiro, 1984) – pinturas, instalações, vídeos e colagens desenvolvidos nos últimos dois anos – e os dispõe em diálogo com pinturas a guache, colagens, fotografias e vídeos produzidos entre 1965 e 1982 por Victor Gerhard (Santa Cruz do Sul, 1936), artista que faz parte do escopo de pesquisa realizado pela galeria, que trabalha para mapear, catalogar e disponibilizar para o público artistas que desenvolveram relevante produção no período 1970/80 mas que ficaram pouco ou mesmo desconhecidos pelo público.
Nessa aproximação aparecem práticas compartilhadas pelos dois artistas: a apropriação de códigos, estratégias e tipografia de veículos de massa, o comentário crítico e violento, o uso visceral de cenas cuja ressonância popular se equipara a tentativa de dimensionar o absurdo que paira sobre a sociedade contemporânea. Se, por um lado, as pinturas a guache de Gerhard apontam com mais clareza para essas questões - composições onde a tinta preta de manchetes de folhetins populares parece se dissolver e dar forma aos próprios espectros fantasmagóricos que resultam da violência urbana noticiada - os vídeos, mais experimentais e alegóricos, demandam um exercício mais dedicado de interpretação. Batalha (1980), que a principio mostra apenas uma encenação entre miniaturas em um jardim, pode ser lido como um tratado onde apenas a resistência criativa pode combater a opressão do estado.
Além de trabalhos recentes, a exposição apresenta dois projetos inéditos de pedro frança, desenvolvidos especificamente para o ambiente digital: TFME (2020), uma colagem ritmada de imagens que constituem um arquivo de amuletos da história e da cultura brasileira e AMUSEUM (2020), projeto de realidade aumentada que faz referência ao incêndio ocorrido no Museu Nacional em 2018. Ao lidar com a ideia de ativação de fragmentos históricos os dois trabalhos comentam a necessidade de reavivamento de pontas soltas e realidades traumáticas do passado. Para construção destes trabalhos e de todos os ambientes digitais, o artista colabora com o programador e diretor de arte Rudá Cabral.
A exposição questiona também sobre qual espaço estamos falando quando uma nova exposição é “inaugurada” em tempos de distanciamento social e galerias de arte fechadas. Com o auxílio de modelos 3D, fotografia de arquivo e imagens do próprio circuito de segurança da galeria, o projeto propõe ao espectador uma exposição que não pretende simular a experiência de uma visita física. Por outro lado, não ignora que a própria ideia de exposição, onde obras de arte são sobrepostas à algum discurso, pressupõe um certo espaço de observação e circulação. Desta forma, o projeto busca se situar em um meio termo onde, apesar de projetado num espaço real, não há por que seguir as limitações físicas, temporais e lógicas deste espaço.
Este é o primeiro projeto em que a Galeria Jaqueline Martins explora as possibilidades virtuais trazidas pela urgência do isolamento social. Outras exposições estão sendo planejadas e serão anunciadas em breve. A mostra estará online a partir de 25 de Junho e permanece disponível ao público até 25 de Agosto.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España