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Quatro Paredes Caiadas

Exposición / Centro de Mostra e Amostra dos Produtos Endógenos - Casa dos Noura / Largo de Santo António / Alijó, Vila Real, Portugal
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Cuándo:
09 abr de 2022 - 19 jun de 2022

Inauguración:
08 abr de 2022

Horario:
De martes a domingo de 10 a 17:30 h.

Comisariada por:
André de Quiroga

Organizada por:
Câmara Municipal de Alijó

Artistas participantes:
Joana Vasconcelos

       


Descripción de la Exposición

A PALAVRA AO CURADOR: «Este regresso ao Douro de Joana Vasconcelos teve início sob o signo da Responsabilidade Social, e a continuidade assegurada numa ação de extensão cultural que inauguramos hoje. A partir da Casa dos Noura, novíssimo equipamento da autarquia de Alijó, que acolhe a exposição Quatro Paredes Caiadas, pretende-se materializar uma nova prática de descentralização e disponibilização de bens e conteúdos fora do circuito internacional onde a artista se move habitualmente. A antiga residência, dentro da vila duriense, assume o papel acometido anteriormente ao Castelo de Versailles e ao Guggenheim Bilbao, materializando no território ancestral de Joana Vasconcelos o que anteriormente teve palco em museus e centros de exposições internacionais, habitualmente inseridos em ambiente urbano. O espaço selecionado acentua o pendor doméstico, do espaço da casa familiar e do pequeno universo onde se impuseram valores anacrónicos. A realidade comezinha e o fado predestinado de um país remediado, condicionado do ponto de vista económico, sobrevivendo das colónias, das remessas dos emigrantes e baseado numa ordem social onde o respeito às instituições, ou pelo menos as demonstrações públicas do mesmo, a bem da nação, eram a condição essencial à sobrevivência. Desrespeitando essa ordem de coisas – e recordando, numa citação queirosiana, que o desacato é condição essencial ao progresso – a partir de 8 de Abril e até 19 de Junho deste ano será possível visionar na Casa dos Noura, em Alijó, um conjunto de obras de Joana Vasconcelos, que incluem novíssimas peças, de 2020 e 2021, disponíveis pela primeira vez para o público. Há também obras de 2001 e 2002, o que permite acompanhar duas décadas de criação da artista, neste regresso a casa. A mostra releva o empenhamento reiterado de Joana Vasconcelos na releitura e valorização da produção artesanal lusa, na apropriação de arquétipos da portugalidade – que poderia conduzir à sua irrisão, o que não ocorre nesta evocação que quase se transforma numa tarefa taxonómica – que se conjuga com um engajamento político e uma postura didática. Quatro Paredes Caiadas, o título da exposição retirado de um excerto de uma canção de Amália, acentua o valor da domesticidade, que pode ser espaço de reclusão ou de afirmação feminina. E neste processo de empoderamento, que implica a consciência dos próprios limites e a sua superação, é determinante o recurso ao magistério, essa maneira de projetar valores e de libertar as gerações vindouras dos constrangimentos do presente. A releitura da Fonte de Duchamp, de 1917, realizada através de Marcel, Marcel, 100 anos depois do envio da emblemática obra modernista para a mostra da Sociedade dos Artistas Independentes em Nova Iorque, perspetiva a realidade concreta da coexistência de dois elementos do mesmo sexo como núcleo familiar. Neoblanc, de 2004, remete para as conexões entre pessoas, a sua interdependência e articulação, enquanto o valor da água e a importância estratégica da gestão deste recurso finito está presente em obras como Dripping Springs, de 2019, e Go With The Flow, de 2021, esta última uma estreia absoluta em termos de exposição. Destaque ainda para a presença de peças da coleção da artista na Casa dos Noura, componente estratégica deste processo de apropriação/ contaminação, através do reforço do pendor doméstico de um espaço que esteve dedicado a atividades mercantis nas últimas décadas de utilização. Aquarela, de 2014, apresentada a solo no auditório da Casa dos Noura, com espaço para respirar, é uma instalação de azulejo e têxtil de grandes dimensões que mobiliza a atenção dos visitantes, cativando o público através da convocação de saberes artesanais e novas abordagens estéticas na construção do futuro da arte. Neste projeto expositivo, que assinala uma deslocação do foco da criadora para uma construção de centralidades culturais em áreas geograficamente periféricas, a reapropriação de um território é reforçada simbolicamente pela presença na Casa dos Noura da instalação Tè Danzante, de 2018. Transportada diretamente da residência de Joana Vasconcelos para o Douro, o bule de ferro forjado de escala humana – que estanciou anteriormente no Luxemburgo, Nova Deli, Londres e Edimburgo - impõe-se no exterior do novo equipamento municipal, transformado temporariamente no solar da artista.» D. André de Quiroga SOBRE A ARTISTA: Nascida em 1971, Joana Vasconcelos é uma artista plástica portuguesa com cerca de 30 anos de carreira, reconhecida pelas suas esculturas monumentais. Inspirando-se em objetos do quotidiano, referências pop, tradições portuguesas e na opulência do barroco, Joana Vasconcelos estabelece ainda um diálogo com artistas que a precederam, como Marcel Duchamp. Seguindo os passos de Niki de Saint Phalle ou Louise Bourgeois, o seu trabalho reúne uma enorme variedade de meios e materiais, do vídeo ao têxtil. Atualizando o conceito de artes e ofícios para o século XXI, serve-se de técnicas ancestrais para a prática contemporânea. As suas esculturas imersivas e instalações site-specific dialogam com a arquitetura do lugar e convocam a interação do público. A artista estabelece a ponte entre o ambiente doméstico e a esfera pública, questionando o estatuto da mulher, a sociedade de consumo e a identidade coletiva. Com humor e ironia, oferece novas perspetivas sobre a realidade. A aclamação internacional chegou em 2005 com a primeira Bienal de Veneza a ter curadoria feminina e A Noiva, seguida pelo Trafaria Praia, primeiro pavilhão flutuante da Bienal (onde a artista marcou presença por sete vezes no total), representando Portugal em 2013. A mais jovem artista e a única mulher no Palácio de Versalhes, a sua exposição de 2012 foi a mais visitada na França em 50 anos. Em 2018, Joana Vasconcelos tornou-se a primeira artista portuguesa a expor no Guggenheim Bilbao, com uma das retrospetivas com maior afluência da história do museu, alcançando o quarto lugar no Top 10 das exposições anuais do The Art Newspaper. A obra de Joana Vasconcelos chegou a grandes museus e galerias do mundo da arte, tais como: Palazzo Grassi, The Thyssen-Bornemisza, Royal Academy of Arts, Manchester Art Gallery, CCBB de São Paulo, Istanbul Modern, Moscow's Garage Center for Contemporary Culture, La Monnaie Paris, Palais de Tokyo e Hermitage. A sua arte marca presença em grandes coleções internacionais, como as de Calouste Gulbenkian, Coleção Berardo, The Ömer Koç, Tia Collection e das fundações François Pinault e Louis Vuitton. No total, foram atribuídos à artista plástica mais de 30 prémios. Em 2000 venceu o Prémio Novos Artistas Fundação EDP, foi considerada Personalidade do Ano pela Foreign Press Association em 2012 e recebeu o Prémio de Arte Contemporânea em Israel em 2013. Em 2009 foi agraciada com o grau de Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique pela Presidência da República Portuguesa e em 2022 tornou-se Oficial da Ordem das Artes e Letras pelo Ministério da Cultura Francês. Em 2012, criou a Fundação Joana Vasconcelos, com o objetivo de promover a arte para todos. Além de gerir a sua coleção de arte, esta instituição colabora regularmente com outras entidades filantrópicas no apoio a causas sociais, através de iniciativas de angariação de fundos, bem como da criação de edições especiais. Todos os anos concede bolsas de estudo, no contexto da parceria desenvolvida com a Universidade de Évora, de forma a incentivar o estudo das artes. SOBRE A CASA DOS NOURA Em 2016, a Câmara Municipal de Alijó (CMA) apresentou uma candidatura à medida de Reabilitação Urbana do Programa Operacional da Região Norte, com vista à reabilitação de um edifício (Casa dos Noura) em Alijó com dois pisos que teria sido erigido no final do século XIX, com características de solar urbano tardo-barroco com linguagem arquitetónica ao gosto da região do douro. Com esta reabilitação, a CMA pretendia criar uma plataforma de promoção das potencialidades da região e dos produtos locais e regionais, nomeadamente através da criação de um espaço de mostra de produtos endógenos ligados ao mundo do património, artesanato, gastronomia, vitivinicultura e agricultura. Inserida nos circuitos turísticos do Douro, esta plataforma terá uma gestão ativa e participativa com a intervenção direta das forças vivas da região, social, cultural e económicas, tornando-se num pólo de atração para a população em geral, bem como uma "sala de estar" para os visitantes. Sobre a requalificação da Casa dos Noura 1. História do edifício: O edifício existente, de dois pisos, terá sido erigido no fim do século XIX, com características de solar urbano tardo-barroco com linguagem arquitetónica ao gosto da região do Douro. Do original, restam as alvenarias de pedra, paredes exteriores e escadas exteriores, incluindo as cantarias - vãos, cornija e cunhais em bom estado, e caixilharias exteriores em madeira degradadas. Tem fachada urbana em cunhal, com frontaria simétrica e entrada principal no piso inferior ao eixo, encimada por varanda solene. A outra fachada urbana apresenta escadaria exterior em cantaria com acesso direto ao piso superior. Do logradouro original resta uma faixa estreita a sudoeste e um pátio a sudeste, com outra escadaria exterior em cantaria, limitada pela empena lateral do edifício da misericórdia. A reabilitação do edifício mantém as características gerais do edifício: a sua relação com a rua e o logradouro; os dois pisos e a cornija; a sua configuração - paredes exteriores e vãos (todos os vãos nas paredes exteriores em pedra), escadas exteriores. No interior reinventou-se os átrios e as circulações verticais ao eixo barroco da simetria com as principais funções acessíveis de ambos os lados. Cria-se uma nova cobertura contemporânea, com um compromisso entre a tradição - dimensão vertical, águas furtadas, mansarda romântica, e uma geometria simplificada e minimal. 2. Área: A área de construção é de 494m2. 3. Dados do projeto: - Criação de um espaço de mostra e amostra de produtos endógenos, ligados ao mundo da agricultura, vitivinicultura, artesanato, gastronomia e património, tendo em vista a promoção e dinamização dos produtos locais e regionais. - Este projeto mantém as características gerais da casa: A sua relação com a rua e o logradouro; Os 2 pisos e a cornija; A sua configuração – paredes exteriores e vãos (todos os vãos nas paredes exteriores em pedra), escadas exteriores. No interior reinventam-se os átrios e as circulações verticais ao eixo barroco da simetria com as principais funções acessíveis de ambos os lados. Cria-se uma nova cobertura contemporânea, com um compromisso entre a tradição - dimensão vertical, águas furtadas, mansarda romântica, e uma geometria simplificada e minimal - O sistema construtivo proposto consiste na consolidação e travamento das Paredes exteriores existentes em alvenaria de granito, com estrutura metálica, lajes colaborantes. A cobertura e lanternas da cobertura serão revestidas exteriormente a zinco puro”. - A proposta está de acordo com a legislação geral em vigor, nomeadamente o PDM de Alijó, relativamente aos usos, aos alinhamentos, cércea, e impermeabilização. Não se verificam ampliações das áreas de implantação e construção, bem como da volumetria. 4. Valor da obra: Aproximadamente um milhão de euros. 5. Finalidade do novo equipamento: Para além da recuperação de um importante património arquitetónico, a reabilitação do edifício da Casa das Noura teve como objetivo a criação de um espaço vocacionado para funcionar como uma plataforma de dinamização das potencialidades da região, nomeadamente através da criação de uma área de mostra e amostra de produtos endógenos, associados ao universo da agricultura, vitivinicultura, artesanato, gastronomia e património, tendo em vista a promoção e dinamização dos produtos locais e regionais. Sobre a mostra de produtos 1. Datas: Inauguração a 8 de abril de 2022 2. Expositores: Foram convidados cerca de 50 produtores para exporem e darem visibilidade aos seus produtos. 3. Objetivos: Dinamização dos produtos locais e regionais, através de uma gestão ativa e participativa das empresas sediadas no concelho de Alijó, com enfoque particular nas empresas vinícolas. Impulsionar a que esta infraestrutura seja uma "Sala de estar" para os visitantes/turistas e passe a fazer parte dos circuitos turísticos do Douro. 4. Atividades previstas: Espaço de provas e degustação (em contínuo) de vinhos e outros produtos endógenos do território, bem como local para aquisição destes produtos. Está previsto que este seja um espaço simultaneamente para realização de seminários, palestras e outros eventos associados ao setor vitivinícola. Outros dados 1. Estratégia cultural do município (que engloba a exposição “Quatro Paredes Caiadas”): A edificação da estratégia cultural do Município de Alijó assenta num conjunto de ofertas que vão ao encontro das pessoas e às singularidades do território, nomeadamente através de ações e iniciativas concretas, das quais se destacam na área da exposição para o primeiro semestre de 2022: - Projeto Vivificar. Este projeto apoia-se na metodologia do diálogo aberto com a comunidade e estrutura respostas criativas que influenciam a fixação populacional; - Inauguração da Exposição, no dia 8 de abril, “Quatro Paredes Caiadas” da Artista Internacional Joana Vasconcelos, recentemente condecorada com a Ordem das Artes e das Letras de França. Esta exposição ficará aberta ao público no edifício do Solar da Casa dos Noura, que se pretende que seja uma porta para a visibilidade nacional e internacional do nosso território, a par da Artista convidada.


Entrada actualizada el el 07 abr de 2022

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