Descripción de la Exposición
Em Setembro de 2018, na sua primeira visita a Lisboa, Gerry Bibby foi o último artista a ser alojado no apartamento do Programa Internacional de Residências da Maumaus, localizado no Campo dos Mártires da Pátria. Bibby é também o primeiro artista a residir na localização provisória do Programa, na Rua dos Anjos. Baseando-se no interesse por aquilo que foi designado de “literaturas menores”, em PUBLIC, a sua primeira exposição individual em Portugal, o artista desenvolve um conjunto de esculturas pertencentes a uma série em curso e a novos trabalhos que reagem ao espaço e ao contexto da temporada que passou em Lisboa:
1.
Recordando uma anedota mais que célebre sobre um arquiteto modernista e a inquietação do seu cliente com as consequências da encomenda na sua vida privada, PUBLIC reanima a interação que tanto sofrimento causou ao cliente, nomeadamente a oposição binária entre interior e exterior, público e privado. Algum cinema soube explorar as pressões psíquicas que a fachada de vidro herdou deste tipo de histórias.
Acredite, eu conseguia entendê-la, de dezembro a janeiro e mesmo depois, não era só a época mais fria do ano, era também a mais escura, e, quando a noite caía, o interior iluminado tocava o exterior invisível, desdobrando-se em reflexos.
2.
A fachada da loja (galeria) comunica com a rua através de linguagens próprias do comércio, ecoando uma perversão que estas dinâmicas atualmente reencenam. Se bem que atrás das faces de vidro dos nossos dispositivos, o PÚBLICO surge saturado de elementos pessoais: entre listas de compras e inventários de comportamentos privados, entretecem-se as linguagens do comércio e do desejo.
Destroçado podia ver o meu próprio mal-estar a destacar-se. Não queria dramas incitados por revelações, era antes testemunha de incerteza e mudança com que conseguia sentir empatia.
3.
Entretanto, permanecem as fisicalidades das arquiteturas e dos objetos, prontas a ser reclamadas por quem tenha a vontade ou o capital. As iniquidades em escala e em oportunidades produzem os antagonismos e as alianças que se manifestam em PUBLIC.
Não sabia bem por onde começar. Pareceu-me que as crises ocorriam nos planos mais fundamentais da sustentação e do espaço, crescendo em espiral, e foi aí que comecei, numa tentativa de exercer controlo.
Sem querer simplesmente reiterar o sintomático, independentemente da posição a partir da qual o consideramos, PUBLIC é uma arena de contestação e de contradição.
Gerry Bibby vive e trabalha em Berlim. Entre os seus projetos e exposições individuais recentes, destacam-se: “Game on Tilt”, Midway Contemporary Art, Minneapolis (2018); “In Case of Emergency”, O-Town House, Los Angeles (2018); “Auto Fictions”, Taylor Macklin, Zurique (2017); “Conversation in a Yes/No Landscape. Insect Incest” (com Henrik Olesen), Deborah Schamoni, Munique (2016); “Flexing Muscle” (com the Bureau of Writing), 20th Biennale of Sydney (2016); “Yes No Future”, Point Center for Contemporary Art, Nicosia, Chipre (2015); “KUB Arena” (com Juliette Blightman), Kunsthaus Bregenz (2014); “Combination Boiler”, The Showroom, Londres (2014); Frieze Projects, Frieze London (2013); e La Biennale de Lyon (2013). Entre as instituições onde o seu trabalho foi apresentado em exposições coletivas, destacam-se: Statens Museum for Kunst (Copenhaga), Institute of Modern Art (Brisbane), Kunsthalle Bern, Museum für Gegenwartskunst (Basileia), Hamburger Bahnhof (Berlim), Arnolfini (Bristol), Serpentine Galleries (Londres), Bergen Kunsthall e Palais de Tokyo (Paris). Bibby é autor da publicação “The Drumhead” (Sternberg Press, Berlim, 2014) e colaborador da revista de arte “Starship” (Berlim).
Coprodução da Maumaus / Lumiar Cité e do Goethe-Institut Portugal, no âmbito da parceria para o Programa Internacional de Residências da Maumaus.
Exposición. 31 oct de 2024 - 09 feb de 2025 / Artium - Centro Museo Vasco de Arte Contemporáneo / Vitoria-Gasteiz, Álava, España