Descripción de la Exposición
Nara Roesler São Paulo tem o prazer de apresentar "Pintura entre Frestas e Cavidades", individual de Sérgio Sister que reúne três séries de trabalhos desenvolvidas pelo artista ao longo das últimas décadas, incluindo pinturas, Pontaletes, Ripas e Caixas. A mostra é acompanhada de texto de Felipe Scovino.
Sister iniciou sua carreira na década de 1960, período em que o país vivia grandes turbulências políticas com a ascensão da Ditadura Militar, com um trabalho marcado por uma linguagem fortemente influenciada pela Arte Pop e a Nova Figuração. Engajado no movimento estudantil, foi preso e torturado, tendo inclusive criado um importante corpo de trabalhos na prisão. Libertado, retomou sua carreira artística apenas no início da década de 1980, momento em que a pintura ressurgia com muita força no cenário brasileiro e mundial. Desde então, sua pesquisa tem se voltado para elementos constitutivos da pintura, como a cor e a superfície, e sua relação com o espaço.
Na presente exposição, as pinturas sobre tela consistem em dípticos e polítpticos de distintas cores agrupados entre si por meio de uma chapa de metal. Entre eles, existem pequenos intervalos que são preenchidos por faixas de cor. Nas palavras do crítico Felipe Scovino: “são peças que requerem a construção modular, mas têm autonomia”. Ao mesmo tempo em que Sister reafirma o monocromo de cada tela, bem como sua planaridade, causa uma espécie de “quebra” por meio desses intervalos, abraçando a tridimensionalidade.
Outro importante corpo de trabalhos que integra a mostra são as Caixas, em que o artista utiliza como suporte estruturas por ele fabricadas que fazem alusão a caixas de madeira empregadas no transporte e armazenamento de frutas e legumes em feiras livres e supermercados. Sister recobre as faixas de madeira que constituem essas estruturas com diferentes cores. Assim, através da tridimensionalidade do objeto, é possível perceber a interação entre as tonalidades, levando também a pintura para um campo expandido, no qual a mesma deixa de existir exclusivamente no plano e passa a se dar também sobre objetos encontrados. Complementando a investigação entre cor e tridimensionalidade estão também trabalhos da série Ripas, na qual Sister dialoga com alguns importantes nomes da história da arte brasileira, como Willys de Castro.
Também integram a exposição três pinturas realizadas sobre papel kozo. Tal suporte, feito com fibra de papel de arroz, é utilizado pelo artista desde o final da década de 1980 e, ao mesmo tempo que chama a atenção por sua delicadeza, se destaca também por sua grande maleabilidade e resistência. Os trabalhos da mostra possuem um caráter mais orgânico que os anteriores da mesma série, apresentando mais liberdade e menos rigor geométrico.
Sérgio Sister
Sérgio Sister (n. 1948, São Paulo, Brasil) iniciou sua produção no final da década de 1960, período em que atuou como jornalista e se aproximou da militância política de resistência ao regime militar brasileiro (1964 – 1985). Como parte da geração 80, ele revisita uma antiga temática pictórica: a interação entre superfície e tridimensionalidade, na tentativa de liberar a pintura no espaço. O que marcou sua produção da época é a superposição de camadas cromáticas, resultando em campos de cor autônomos que coexistem harmoniosamente. Hoje, seu trabalho combina pintura e escultura. Ele utiliza suportes derivados de estruturas encontradas e de sistemas designados a servir a nossas necessidades cotidianas, como observado nas séries Ripas, produzida desde o final dos anos 1990, e Caixas, desde 1996, cujos nomes referem-se aos produtos manufaturados dos quais derivam.
Sérgio Sister reside e trabalha em São Paulo, Brasil. Entre suas exposições individuais recentes, destacam-se: Then and Now, na Nara Roesler (2019), em Nova York, Estados Unidos; Sérgio Sister: o sorriso da cor e outros engenhos, no Instituto Ling (2019), em Porto Alegre, Brasil; Sérgio Sister, na Kupfer Gallery (2017), em Londres, Reino Unido; Sérgio Sister: Malen Mit Raum, Schatten und Luft, na Galerie Lange + Pult (2016), em Zurique, Suíça; Expanded Fields, no Nymphe Projekte (2016), em Berlim, Alemanha; Sérgio Sister, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013). Participou das 9a e 25a edições da Bienal de São Paulo, Brasil (1967, 2002). Exposições coletivas recentes incluem: Co/respondences Galeria Nara Roesler NY (2023); A linha como direção, na Pina Estação (2019), em São Paulo, Brasil; The Pencil is a Key: Art by Incarcerated Artists, no The Drawing Center (2019), em Nova York, Estados Unidos; Géométries Américaines, du Mexique à la Terre de Feu, na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (2018), em Paris, França; AI-5 50 anos – Ainda não terminou de acabar, no Instituto Tomie Ohtake (ITO) (2018), em São Paulo, Brasil; e MAC USP no século XXI – A era dos artistas, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) (2017), em São Paulo, Brasil (2017). Suas obras fazem parte de importantes coleções, tais como: Centre Georges Pompidou, Paris, França; François Pinault Collection, Veneza, Itália; Fundación/ Colección Jumex, Cidade do México, México; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio), Rio de Janeiro, Brasil; MAR; MASP; MAC-USP; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil, entre outras.
Nara Roesler
Nara Roesler é uma das principais galerias brasileiras de arte contemporânea, representando artistas brasileiros e internacionais fundamentais que iniciaram suas carreiras na década de 1950, bem como artistas consolidados e emergentes cujas produções dialogam com as correntes apresentadas por essas figuras históricas. Fundada por Nara Roesler em 1989, a galeria tem consistentemente fomentado a prática curatorial, sem deixar de lado a mais elevada qualidade da produção artística apresentada. Isso tem sido ativamente colocado em prática por meio de um programa de exposições criterioso, criado em estreita colaboração com seus artistas; a implantação e estímulo do Roesler Curatorial Project, plataforma de iniciativas curatoriais; assim como o contínuo apoio aos artistas em mostras para além dos espaços da galeria, trabalhando com instituições e curadores. Em 2012, a galeria ampliou sua sede em São Paulo; em 2014 expandiu para o Rio de Janeiro e, em 2015, inaugurou um espaço em Nova York, dando continuidade à sua missão de oferecer a melhor plataforma para seus artistas apresentarem seus trabalhos.
Exposición. 17 dic de 2024 - 16 mar de 2025 / Museo Picasso Málaga / Málaga, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España