Descripción de la Exposición
A Simões de Assis apresenta “Paisagens Interiores”, mostra que estabelece diálogos poéticos e imagéticos entre a obra de Miguel Bakun e trabalhos recentes de André Nacli.
A mostra “Paisagens Interiores” inaugura na Simões de Assis, na sede de São Paulo, com abertura marcada para o dia 06/11. Mesmo que separados por décadas e pelo suporte, pela biografia e pela circunstância, Bakun e Nacli, encontram-se nessa exposição lado a lado, refletindo sobre o papel da paisagem na construção de uma ideia de lugar, mais do que de um lugar em si. De um lado, encontramos uma pintura discretamente solar, bastante lavada, marcada pelo uso de verdes, amarelos e azuis pouco saturados e meio manchados. De outro, algumas fotografias nítidas trazem recortes da natureza em dias de luz branca e difusa, nas quais a textura dos elementos orgânicos do ambiente se faz intrincadamente visível pela lente; já em outras, apesar da imagem cristalina, há uma névoa densa por toda a superfície que cria uma veladura a embaçar a vista.
É possível notar como tanto o fotógrafo quanto o pintor parecem buscar olhar para os mesmos elementos: as típicas araucárias da paisagem paranaense, a mata embaralhada, enquanto também procuram enquadramentos inusitados, ora em composições de pouco ou nenhum céu, ora em perspectivas verticais que recortam apenas um vislumbre da cena. Também em um traço compartilhado pelos dois artistas, os trabalhos sugerem uma certa atmosfera melancólica. Desse modo, mesmo em tempos distintos – afinal, estão distanciados por, praticamente, meio século –, parecem olhar para um mesmo ambiente, um mesmo contexto, um mesmo momento suspenso, que não carrega outras marcas e indícios de civilização que não uma ou outra casinha, e que não revela sua brasilidade a não ser pela espécie de pinheiro típica da região sul do país.
André Nacli, nasceu em Curitiba, PR, em 1986, tem formação em arquitetura, mas sua pesquisa seguiu pelo campo da fotografia, hoje mesclando ambos seus interesses em sua prática artística. A interação entre o tempo, o silêncio, as forças da natureza e a obra do ser humano é tema recorrente em seus trabalhos. Explorações pela cidade natal e viagens pelo mundo resultaram em séries fotográficas diversas, as quais revelam o olhar singular do fotógrafo com lugares tão distintos. Realizou diversas exposições individuais, sendo a mais recente “Vão”, de 2021, inaugurando o novo espaço da Simões de Assis, em Curitiba. Hoje, seu trabalho está incluído na coleção do MON – Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
Já Miguel Bakun, nascido em Mallet, filho de imigrantes ucranianos, foi um grande pintor e desenhista. Os anos 1950 foram os mais prolíficos de sua carreira, quando pintou retratos, naturezas-mortas, marinhas e sobretudo paisagens, além de murais. Ao final da década, produziu obras com alusões animistas, em que figuras alegóricas se confundem com os contornos das paisagens. Apesar das eventuais premiações, Bakun não chegou a se inserir e nem ser reconhecido vivo e plenamente no incipiente sistema de artes local. Sua obra faz parte de alguns dos mais importantes acervos particulares e institucionais do Brasil, incluindo a Pinacoteca do Estado de São Paulo; o Museu Oscar Niemeyer, oMuseu de Arte Contemporânea do Paraná e o Museu Paranaense, em Curitiba; e a Coleção Luís Antoniode Almeida Braga, no Rio de Janeiro.
Exposición. 17 dic de 2024 - 16 mar de 2025 / Museo Picasso Málaga / Málaga, España
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España