Descripción de la Exposición ------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------- Linhas retas, sinuosas, convergentes, paralelas, que se afastam ou se reúnem, formando todo tipo de desenho: repita um deles de maneira regular e terá um padrão, como na estampa de um tecido, a forma de uma renda, a decoração de um azulejo, os vazios e cheios de uma escultura... Visíveis nas coisas mais diversas e numa infinidade de variações, padrões existem em todas as culturas porque são capazes de traduzir de forma simbólica elementos essenciais da experiência humana. Eles condensam valores e crenças formados desde tempos imemoriais por diferentes sociedades, indissociáveis do ambiente natural em que vivem seus membros e, antes deles, viveram seus antepassados. Que se tome um povo indígena da Amazônia e se verá que os padrões presentes em sua cultura traduzem uma visão de mundo, uma cosmologia que sustenta sua organização social, mitos que falam de sua origem, ritos que marcam o lugar dos indivíduos na comunidade e seu destino após a morte... Isto é o que ganha forma simbólica e expressão visível nos padrões que se repetem, dos desenhos de sua pintura corporal aos de sua cestaria ou suas peças cerâmicas. Entretanto, o que nos parece familiar em tais padrões próprios à cultura de outros povos distantes de nós, no tempo e no espaço? Há aqui uma razão profunda. Embora em cada cultura os padrões tenham significados específicos, em suas formas e desenhos eles são universais. Nascidos na noite dos tempos, de uma íntima relação do homem com a natureza e da observação de suas formas, os padrões revelam também a capacidade humana de atribuir-lhes significado, transformando-as em símbolos. Assim, padrões não reproduzem apenas as formas naturais, mas antes as recriam, reduzidas às suas características essenciais, quase abstratas, como as figuras de uma geometria sagrada pitagórica redescoberta na filosofia de Platão e presente nas mais variadas formas de pensamento religioso ou esotérico. Isso é o que confere à interpretação das formas abstratas dos padrões uma extraordinária polissemia, envolvendo o macrocosmos e o microcosmos, a natureza e seus viventes, a alma humana e os astros do céu, a indicar um íntimo parentesco na relação do homem com o mundo natural, a vida social e, por fim, a totalidade do cosmos... Tudo é parte da mesma trama comum, na totalidade pulsante da vida. Há muitas maneiras de se empreender uma viagem pelo mundo dos padrões que encontramos no dia a dia de nossa experiência, nas formas da natureza e naquelas criadas pelo homem. Com seu olhar atento e amoroso, a fotógrafa Zaida Siqueira e a artista plástica Heloísa Nilo nos convidam, com suas diferentes linguagens, a compartilhar com elas uma mesma alegria de redescoberta das coisas do mundo, e a mesma lição de sabedoria a que ela pode nos conduzir.
Heloisa Nilo, esculturas. Zaida Siqueira, fotografías.
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España