Descripción de la Exposición
Pouco se conhece no Brasil sobre o cinema espanhol produzido durante os anos em que Francisco Franco esteve no poder (1939-1975). Com curadoria da espanhola Marta Sánchez, a mostra Os filmes que driblaram a censura de Franco reúne 12 longas-metragens desse período. A programação também inclui três encontros sobre a importância histórica e estética dessa produção. O projeto tem apoio do Ministério da Cultura da Espanha (por meio do Instituto de Cine y Artes Audiovisuales), da Embaixada da Espanha e do Instituto Cervantes.
“Entre Buñuel e Dalí (Un perro andaluz,1929) e o primeiro filme de Almodóvar (Pepi, Luci e Bom, 1980), muitos diretores desenvolveram uma gramática audiovisual que seria usada por cineastas espanhóis posteriormente”, observa a curadora Marta Sánchez. Foi durante a ditadura franquista que surgiram ou se consolidaram cineastas como Juan Antonio Bardem, Luis García Berlanga e Carlos Saura, que nem sempre tiveram o reconhecimento que mereciam.
“Depois da Guerra Civil, dos anos do regime de Franco até a chegada da democracia, esses cineastas burlaram a censura e conseguiram falar sobre problemas, esperanças e decepções da sociedade em que viviam. A mostra homenageia a liberdade de expressão e a coragem e inteligência dos que souberam encontrar maneiras alternativas de se expressar para satisfazer a censura sem abandonar os temas que queriam tratar”, completa Sánchez.
A censura oficial no cinema espanhol entrou em vigor um ano após o golpe militar de 1936, que desencadeou uma guerra civil de três anos. Mesmo com algumas mudanças nas leis, a censura estabelecida se manteve até bem depois da morte de Franco, em 1975. A mostra reúne 12 filmes desse período, que serão exibidos em formato digital. “Com exceção de Viridiana, os filmes são todos de difícil acesso no Brasil e não estão disponíveis em versões digitais brasileiras ou nas cinematecas locais", explica Julia Dias, coordenadora da mostra.