O retrato é das mais antigas e recorrentes temáticas da história da arte. Esta exposição com obras do acervo do CAM propõe uma viagem pelo universo do retrato ao longo de um século. Do registo naturalista das obras de Henrique Pousão e de Columbano Bordalo Pinheiro, ainda do século XIX, aos autorretratos a preto-e-branco das fotografias de John Coplans que excluem o seu rosto, podem encontrar-se múltiplas técnicas, modos de representação, correntes estilísticas, e um permanente fascínio pelo registo de si próprio ou dos que são próximos ou, no lado oposto, o desejo de captar as celebridades ou os grandes vultos da cultura e da história, veja-se por exemplo as fotografias de Pepe Diniz.
A humanidade sempre necessitou do retrato, fosse para fixar o rosto e o corpo do ser amado num determinado tempo, espaço, ocasião, celebração, fosse simplesmente para retratar a passagem do tempo, mas nunca deixou de ser...de algum modo uma tentativa de fixar, eternizar o que sabemos ser finito: a vida e o corpo.
Olhos nos Olhos remete não apenas para o olhar do espetador que fita o retratado, mas também para o olhar do artista que observa o outro quando o retrata. Esta duplicidade de olhares é sugerida por um título que permite vários sentidos.
A exposição mostra assim múltiplos olhares nos quais os nossos olhos encontrarão ora proximidade, ora distância, ou simplesmente a tão ausente mas necessária contemplação, sobretudo a contemplação do outro.
Isabel Carlos
Entrada actualizada el el 08 oct de 2015
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