Descripción de la Exposición
Artista brasileira que explora fenômenos da força das águas expõe em Lisboa e é afetada pela catástrofe climática histórica em Porto Alegre, no Sul do Brasil.
Ana Norogrando abriu mostra que permanece até 30 de junho no Museu Nacional de Arte Contemporânea na capital portuguesa.
Coincidindo com a catástrofe climática registrada no Rio Grande do Sul (RS), na região Sul do Brasil, uma exposição de arte que aborda o tema da água na história humana está em cartaz no Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC), em Lisboa.
Trata-se da mostra “O Submarino Feminista Aquafluxo”, da artista visual Ana Norogrando, inaugurada no último dia 10 de maio e que permancecerá aberta à visitação até 30 de junho no MNAC (Rua Serpa Pinto, 4, no Chiado). Norogrando explora os diversos fenômenos da força das águas em sua produção artística desde 2009, com a obra Entre as Águas.
A artista mora e tem atelier na Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre, no Sul do Brasil, fronteira com Argentina e Uruguai. A capital do RS está sendo seriamente atingida pelas inundações. Neste momento em atividades artísticas em Lisboa e em Aveiro, onde também exerce sua atividade artística, Norogrando soube que as águas da atual enchente histórica invadiram suas instalações na Ilha Grande dos Marinheiros, no Guaíba, que banha Porto Alegre, onde tem dois contêineres com obras que estão parcialmente submersos. Cerca de dois mil livros podem ter sido inutilizados. “Eu não tenho uma ideia precisa de como está tudo na minha casa e atelier em Porto Alegre, mas a situação de muita gente está pior. É muito triste”, declara ela.
Uma enchente anterior do Guaíba foi fato que estimulou Norogrando a conceber a instalação apresentada no MNAC. Em outubro de 2015, ela participaria da 10º Bienal do Mercosul – Mensagens de Uma Nova América, quando o Guaíba alagou seu atelier. Ela se viu obrigada a transportar suas obras de barco para conseguir acessar o local da bienal.
A instalação no MNAC inclui uma réplica do barco usado por ela para transportar suas obras e várias fotos alusivas ao fato. O curador daquela bienal, Gaudêncio Fidélis, e também curador da mostra montada no museu nacional português, diz que ao processar artisticamente o episódio de 2015, Norogrando “antecipou o futuro”, o que é uma das principais e mais importantes funções do artista na sociedade.
Instalação multimodalidade
Desenvolvido nos últimos dois anos, a instalação “O Submarino Feminista Aquafluxo” é multimodalidade, de 19 m de comprimento por 2,20 m de largura, que evoca o interior de um submersível. Inédita, é integrada por esculturas, objetos, pinturas, fotografias, documentação impressa de arquivo, música (composta pelo compositor e designer de som Alfonso Benetti), videoprojeções e outros elementos construtivos na abordagem das trajetórias de migração e deslocamentos nacionais e transnacionais.
O curador da exposição, atualmente Professor Associado de História da Arte do Programa de Arte e História da Arte do Hunter College da Universidade do Estado de Nova York, é crítico da gestão pública no RS e em Porto Alegre. “O clima é previsível pela ciência e há cerca de 16 anos cientistas apontam o RS como um vértice de mudanças para um clima extremado. A falta de investimento e planejamento, manutenção de sistemas de drenagem, estratégias de prevenção de enchentes e infraestrutura para tanto, é a evidência que ‘tragédias anunciadas’ como essa são uma realidade anunciada e não uma praga dos céus”.
Gaudêncio Fidélis passou a viver e trabalhar em Nova York depois de seu trabalho ter sido atacado, quando vez a curadoria da Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira (Porto Alegre, 2017), por grupos de extrema direita. O ataque determinou o fechamento antecipado da mostra, por decisão unilateral do Santander Cultural. Mas, antes de se mudar para os Estados Unidos, Gaudêncio, apoiado pela sociedade civil, montou a exposição no Parque Lage, no Rio de Janeiro, em 2018.
Formación. 01 oct de 2024 - 04 abr de 2025 / PHotoEspaña / Madrid, España