Descripción de la Exposición
As Galerias Municipais inauguram no próximo dia 15 de maio, pelas 18h00, no Pavilhão Branco, a exposição O Oco e a Emenda, a primeira exposição individual internacional da artista brasileira Paloma Bosquê, com curadoria de Luiza Teixeira de Freitas.
Para esta exposição, Paloma Bosquê apresenta um conjunto de 21 novos trabalhos, muito diferentes uns dos outros formalmente, mas cujo denominador comum é a organicidade e a fluidez. O seu processo artístico inicia-se em cada material concreto, e numa investigação sobre o seu comportamento perante o espaço e em relação à própria existência. Neste caso é como se o jardim do Museu de Lisboa e o interior do Pavilhão Branco deixem de ter início e fim, interior e exteri...or, para ser tornarem um único plano.
A rotina do ateliê é o ponto de partida de boa parte da pesquisa de Paloma Bosquê. Nesse ambiente a artista manuseia e associa livremente materiais pouco usuais no vocabulário da escultura, para criar composições espaciais de formatos e escalas variadas. Sempre em busca de um equilíbrio possível e consensual entre os elementos que elege, desenvolve métodos específicos para unir, sobrepor e emendar os materiais sem nunca os forçar através de qualquer forma mais definitiva de interação.
Latão, feltro, bronze, carvão, breu, cera de abelha, tripas de boi, papéis artesanais, peneiras de café e lã são usados indiscriminadamente; a procedência ou a potencial carga simbólica de cada um dos componentes utilizados na sua prática escultórica interessam menos do que a sua presença física. É através das relações entre textura, peso e a transformação natural dos materiais orgânicos, que constrói um território de extrema delicadeza visual e que instiga por frustrar sempre qualquer esforço de interpretação.
Cada composição é um arranjo de materiais singulares, os feltros e os teares são feitos à mão e adaptam-se a cada escolha da artista, as peneiras de café guardam marcas de uso - cada uma envelhece a seu tempo - e não há duas peles de bode iguais. O foco de Bosquê está na transitoriedade da matéria e na impermanência. Seu uso do tempo e do espaço e seu vocabulário escultórico, lembram-nos quão frágeis são os acordos que sustentam tudo o que consideramos permanente ou irrevogável.
Paloma Bosquê trabalha fundamentalmente a corporeidade de formas e materiais, na sua vertente mais física e concreta, explorando os limites e capacidades do espaço e do corpo. As suas esculturas e intervenções são odes ao processo artístico manual. Cada trabalho investe numa relação intima com a essência do material e a sua fisicalidade, e no contexto dessa relação decide intervir ou não neste, jogando frequentemente com questões relativas às proporções humanas, às dimensões e ao peso de cada objeto.
Os títulos com que batiza as suas obras são de prosa simples mas ao mesmo tempo carregada de sentido e significado, que seguem a mesma linha de pensamento dos trabalhos, através dos quais atribui por vezes, uma carga simbólica que conecta a sua obra com a natureza e com as forças opostas que a compõem. O corpo é uma alusão consciente, assim como uma relação subtil um tanto quanto erótica entre corpos – o do trabalho e o do espectador, produzida por uma vontade de tocar e sentir cada obra.
Nas suas obras e nesta exposição em particular sente-se a sua forte ligação às plantas, a focada relação que tem com cada material (prosaico ou refinado) e a sua falta de pressa com o mundo acelerado à sua volta. Paloma Bosquê almeja conscientemente – e alcança – fazer mesmo isso, parar o momento para quem olha e vive cada trabalho ao transformar o tempo que os rodeia.
Exposición. 19 nov de 2024 - 02 mar de 2025 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España
Formación. 23 nov de 2024 - 29 nov de 2024 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España