A exposição "O Fotógrafo Acidental – Serialismo e Experimentação em Portugal, 1968-1980" é uma tentativa de mapear o uso crítico e conceptual da fotografia por artistas visuais em Portugal. Cobrindo um período atravessado pela Revolução do 25 de abril de 1974, a exposição revela as importantes transformações da arte portuguesa num contexto de difícil inscrição cultural das propostas dos artistas. Constituindo uma primeira tentativa de apresentação deste fascinante panorama criativo, a exposição proporciona uma oportunidade rara para compreender também as transformações no próprio uso da fotografia.
Três constatações são possíveis pela visão conjunta das obras em contexto expositivo: o uso da fotografia como produção de imagens únicas e extraordinárias é preterido em função de séries de imagens, relacionando-se mais com o cinema do que com a história específica do medium fotográfico; a fotografia é usada frequentemente como meio de documentar processos performativos de que a câmara é a única testemunha; por...fim, a instalação, por vezes de grandes conjuntos de imagens, frequentemente com uso de texto, passa a ser a tipologia utilizada por muitos artistas.
A exposição apresenta obras de Alberto Carneiro, Ângelo de Sousa, Ernesto de Sousa, Fernando Calhau, Helena Almeida, Jorge Molder, José Barrias, Julião Sarmento e Vítor Pomar. Por ocasião da exposição, será lançado um catálogo com documentação sobre as obras expostas.
Entrada actualizada el el 16 may de 2017
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