Descripción de la Exposición
No acervo do Instituto Figueiredo Ferraz predomina a arte contemporânea, fato raro em instituições brasileiras que com dificuldade acompanham a produção emergente. A coleção iniciada na década de 1980 segue em permanente atualização, incorporando obras adquiridas no Brasil e no exterior. Nela há sempre espaço para o novo, o que não significa que o colecionador se deixe levar por modismos ou se renda exclusivamente aos nomes consagrados pelo mercado.
Originário do colecionismo privado, em expansão há mais de três décadas, o acervo do IFF entra agora na maturidade. Instalado desde 2011 em edifício especialmente projetado para abrigá-lo, o acervo serve ao propósito de propiciar aos moradores da região de Ribeirão Preto um convívio com o melhor da arte de nossos dias. O mérito dessa iniciativa se torna ainda mais evidente diante da escassa presença de coleções públicas no interior do estado de São Paulo.
A presente seleção procura dar uma ideia da potência dessa coleção. Um simples passeio pela exposição será suficiente para revelar que as escolhas recaem frequentemente sobre artistas representados por mais de uma obra no acervo ou contemplam trabalhos de jovens emergentes. Logo se vê que não houve a preocupação de grupar os trabalhos por técnicas ou temas. Predomina a diversidade de meios de expressão, em respeito à liberdade que caracteriza a arte de hoje.
No plano ou no espaço, usando meios tradicionais como o desenho ou a pintura, ou alternativos como a fotografia, o vídeo e a instalação, a arte contemporânea é indissociável do presente. Um tempo sem ordem, sem propósito, sem limites. Daí a ousadia de criar com os mais diversos materiais, de promover combinações inusitadas, de suscitar estranhamento. Em nossa época, o belo deixou de ser inerente à criação artística. Entretanto, a beleza irrompe em certas obras. Há trabalhos que nos levam a refletir e outros que nos fazem sonhar. Ao depararmos com essa pluralidade de manifestações, raramente ficamos indiferentes. Muitas vezes, temos a sensação de estarmos diante de algo que não compreendemos plenamente. A capacidade de desestabilizar certezas é a qualidade maior da arte contemporânea cuja força de atração reside em sua conexão com a realidade.
Maria Alice Milliet
Curadora
Exposición. 12 nov de 2024 - 09 feb de 2025 / Museo Nacional Thyssen-Bornemisza / Madrid, España